O dia seguinte foi estranho pra um cacete. Bom, na verdade, Billy não conseguiu dormir nada durante a noite e acabou fumando mais dois cigarros, ficava olhando o céu estrelado pela sua sacada e se perguntando o que fazer. Infelizmente, amanheceu chovendo, o que não fazia nenhum sentido.
Acabou acordando tarde e perdendo o primeiro período, precisou correr pra chegar na escola porque sua mãe já havia saído para trabalhar. Deu uma desculpa qualquer para o diretor e passou, indo direto para a sala de Matemática no primeiro andar.
Tinha todos os olhares em si, principalmente o de Stuart que sentira sua falta na primeira aula, que curiosamente faziam juntos também. Desviou o olhar e sentou-se na única carteira livre, ouviu a professora lhe dar um breve sermão, mas não prestou realmente atenção no que ela dizia.
Abaixou a cabeça e abriu o caderno, escutava algumas conversas de fundo, ou melhor, na sua frente, porque acabara sentando logo atrás do grupinho de Stuart.
Deus, aquilo só podia ser perseguição!
Billy não conseguia se concentrar na droga da aula. Cada vez que a voz da professora entrava em seus ouvidos, era como se fosse imediatamente substituída pelas risadas e comentários do grupo de Stuart. Tentava focar nos números à sua frente, mas não tinha como. O riso de Stu tinha um efeito irritante.
— E aí, Stu, você vai pra festa da Tatum amanhã? - Mickey perguntou, jogando uma folha amassada de um lado para o outro entre os dedos. Sua voz era casual, mas havia uma implicância contida que também irritava Billy profundamente.
— Não sei ainda - Respondeu Stu, despreocupado, como se a ideia de uma festa o entediasse. — Depende se vai ter algo... interessante.
Nancy soltou uma risada baixa, inclinando-se para Stu, os olhos sombrios cintilando de diversão.
— Interessante? Ou você quer dizer alguém interessante? - Provocou ela, cutucando-o de leve com o cotovelo.
— Quem sabe - respondera, com um meio sorriso malicioso que só fazia Billy querer quebrar a ponta do lápis com mais força.
Mickey riu, como se estivesse realmente entendendo algo nas entrelinhas.
— Você sempre tem um alvo em mente, Stu. Mas quem será o sortudo ou sortuda dessa vez?
Billy sentia o sangue ferver em suas veias. Não era ciúmes. Não podia ser. Era só… o jeito despretensioso, a superficialidade da conversa. O desdém disfarçado de ironia. O fato de que, mesmo que não se importasse e provavelmente não fosse mover um músculo para ir, não havia sido chamado por Stu pra aquela festa idiota daquela garota que nem ao menos conhecia. Não mandou mensagens para Stu depois daquela noite, mas ele também não lhe enviou nada e isso, talvez o perturbasse.
— Vocês são tão previsíveis - murmurou Nancy, cansada do papo, jogando uma mecha de cabelo para trás. — Todo mundo sabe que o Stu gosta de emoções... mais fortes, né?
Billy teve que segurar um riso amargo. Ela não sabia o quanto estava certa. Sentiu seus ombros tensos, o desconforto aumentando a cada minuto assim como seus batimentos cardíacos.
A conversa continuava, e a cabeça de Billy latejava. Ele tentou focar no que estava na lousa, mas os números pareciam distorcidos. Sua atenção era sugada de volta para Stuart, que, como sempre, parecia no controle da situação, absorvendo toda a energia ao redor. Então, a risada de Stu ecoou de novo, mais alta dessa vez, e Billy apertou o punho, sentindo as unhas fincarem na palma de sua mão.
— Você sabe, Mickey - disse Stu, em um tom que parecia destinado a me irritar, mesmo que de forma sutil. — Às vezes, as coisas interessantes estão mais próximas do que a gente imagina.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LIBERTÁRIOS
Fanfiction[✅️] " Liberte sua mente Ilumine aonde passa Veja a verdade escondida Na cortina de fumaça " Onde Stu Macher era um garoto rebelde e sempre se metia em brigas depois da escola. Ou onde Billy Loomis, líder do clube de debate, aprende uma lição com St...