Me sinto saciada. Mas não satisfeita.
Gotas de suor correm por meu corpo nu e Roman solta um gemido alto depois de gozar no meu rosto e pingar o resto de seu esperma quente na minha boca, caindo a seguir de costas ao meu lado.
Fui fodida do jeito mais forte possível. Fecho os olhos e parece que ainda o sinto dentro de mim, como se fôssemos um só, como este encontro já estivesse escrito muito antes.
Meus braços tatuados descansam inertes junto ao meu tronco. Minhas costas estão como que grudadas na cama molhada com meu suor. Nosso sexo foi tão intenso que minhas pernas ficaram dormentes, assim como meus pés, que estão suando dentro das botas de cano alto. Não consigo fazer nenhum movimento por enquanto.
O espelho do teto reflete dois seres humanos suados, com espasmos e cheirando sexo. Me sinto fodidamente feliz, com um sorriso brincando em meus lábios por causa do prazer que proporcionamos um ao outro.
Não podia ter sido melhor, não há nada que precise ser acrescentado. Foi com certeza uma das melhores transas da minha vida.
A respiração dele volta ao normal aos poucos, antes que eu consiga voltar da viagem que fiz às estrelas. As gotas de suor que sinto ao tocar seu rosto com o dorso da minha mão esquerda mostram que ele foi levado ao limite e que eu cumpri com meus atributos de garota insaciável.
Seus olhos ferinos me encaram com atenção. Posso jurar que a boca dele delineia um esboço de sorriso que deixa transparecer um pouco de carinho, sem nenhum indício de sua habitual prepotência. Essa mudança não combina em nada com ele, o que não deixa de ser desconcertante.
Continuo tocando seu rosto em retribuição às carícias que recebo agora no mamilo de um dos meus seios. Como uma criança, ele brinca com a argolinha do piercing usando o indicador.
— Nós dois nos conhecendo de um acidente, sem saber direito nada um do outro, aqui num quarto de motel… Como foi acontecer? — fecho os olhos, sorrindo.
Roman deixa livre meu seio e agora acaricia minha barriga, parando na tatuagem acima da minha intimidade.
— Destino? — ele opina.
— Não acredito em destino — confesso.
O policial soergue seu corpo o suficiente só para avaliar meu rosto. Toca minha face esquerda com o dorso de sua mão, me dando um sorriso carinhoso, cheio de afeto – por mais estranho que o uso dessa palavra pareça.
Pondo seus dedos no esperma que há no canto da minha boca, nariz e queixo, ele me pede pra engolir tudo e o obedeço de bom grado. Toca as tachas da minha gargantilha coleira, por um instante parece estar deliberando algo que não faço ideia, mas que tem a ver com fazer alguma maldade comigo logo que recobrar seu vigor.
Semicerro meus lábios em expectativa. Me frustro com seu silêncio opressivo. O mutismo das pessoas me irrita em momentos em que espero ouvir algo delas. Não sei lidar bem com expectativas.
Sua mão volta a segurar meu queixo enquanto seu hálito quente envolve meu rosto. Sutilmente seus dedos descem pelo meu pescoço, pulando minha gargantilha e refazendo no meu seio as mesmas carícias de um minuto atrás.
— Gata demais — a voz dele sai como num sussurro quando seu olhar se prega nos meus. — Mas muito atrevida.
Percebo que ele parece nutrir algo contra garotas atrevidas; deve ser pelo fato dele ser um homem mais velho, experiente, que um dia teve minha idade. Me lembro da palavra que usou há uma hora. Brat. Não faço ideia do que seja, embora imagine que tenha a ver com rebeldia ou insolência.
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Instinto Primitivo
RomanceA dor é consequência do prazer. Danielle é uma bailarina de uma importante companhia de dança. Para custear suas despesas, a bela loura de olhos azuis e rosto salpicado de sardas trabalha à noite como garota de programa e realiza os desejo...