Prólogo

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Olá, pessoal!
Espero que gostem da história, faz muito tempo que eu queria começar a escrevê-la, mas nunca encontrei a iniciativa certa. Agora, com as Olimpíadas de 2024, essas ideias renasceram, e a história começou a fluir novamente.

Este primeiro capítulo é um prólogo que apresenta um pouco sobre a história da personagem principal. A trama principal realmente começa no próximo capítuloo!

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Esme é uma estimável atleta. Desde pequena, sempre teve uma aptidão inspiradora para não ficar parada. Seus pais, desde cedo, tinham a visão de que era necessário canalizar a hiperatividade e energia da garota. Diversos esportes fizeram parte do repertório de Esme, desde tênis, natação, hipismo, vôlei, karatê e outros que duraram não muito tempo. Mesmo com todas as opções mais "promissoras" disponíveis, como diriam os pais de Esme, a garota se apaixonou por aquele que ninguém esperava: o skate. Um esporte que, durante a maior parte da vida de Esme, não tinha quase nenhum destaque, muitas vezes visto como uma brincadeira. Porém, na última década, algumas figuras foram capazes de mudar essa imagem, mesmo que o esporte ainda fosse mal visto por algumas pessoas.

Esme não só passou a gostar de andar de skate, mas se dedicava muito àquilo. Todos os dias, quando ninguém podia encontrar a garota, era só olhar pela varanda da cobertura em direção à pista de skate; lá estava ela, muitas vezes a única garotinha lá. O tempo foi passando, e a graça daquilo nunca diminuiu. Parecia que cada vez mais desafios apareciam, e com isso a motivação de Esme aumentava. Cada manobra nova era uma conquista, cada rampa que era saltada dava um frio na barriga diferente, e cada queda era um motivo para continuar tentando até conseguir o que queria.

A pista de skate no Aterro do Flamengo, sempre movimentada, tinha um charme peculiar. As paredes ao redor eram cobertas por grafites vibrantes, representando figuras de ídolos do skate. O som das rodas no concreto se misturava com o das ondas do mar ao longe, enquanto o sol, se pondo no horizonte, tingia o céu de tons laranja e rosa. Esme, concentrada, ignorava o burburinho ao seu redor, focada em aperfeiçoar cada manobra

"Pai, mãe, consegui! Finalmente fiz o kickflip perfeito!" – Esme exclamava, com um sorriso radiante, enquanto mostrava um pequeno vídeo no celular para seus pais, que a observavam com um misto de orgulho e preocupação.

Mesmo com um pouco de receio, Ricardo Fontaine, pai de Esme, viu a dedicação que sua filha tinha para o esporte. Não só isso, era visível o talento que estava sendo desenvolvido. Mesmo com a melhor infraestrutura do Rio de Janeiro disponível, Ricardo viu Esme quase se estagnando em seu desenvolvimento; o que ela tinha aqui não era suficiente para os melhores. O empresário ambicioso queria que, um dia, Esme estivesse entre os melhores, mesmo que não gostasse muito da ideia do skate, sabia que era onde a garota tinha uma chance promissora, um talento quase nato.

Uma ideia surgiu na mente de Isabella, mãe de Esme: e se a garota fosse para os Estados Unidos treinar? "O outro país é ruim em muitos aspectos, mas o skate lá é visto com outros olhos. Os maiores astros e centros de treinamentos estão lá", pensou Isabella, imaginando as possibilidades. Esme poderia ter muito mais chance de se tornar uma atleta bem-sucedida se fosse para a terra do Tio Sam, o que não seria muito difícil, já que, por conta de seu pai americano, as portas burocráticas já estavam abertas. Contudo, mesmo com tudo dando indícios para os caminhos futuros, Ricardo ainda se mostrava receoso de mandar sua querida filha para longe. "Não sei, Isa... A vida que levamos aqui, juntos, no Rio, é tão boa... Mas talvez você esteja certa. Talvez seja o melhor para ela", disse ele, pensativo.

Desde que Esme passou a demonstrar talento no skate, competições dos mais variados níveis faziam parte de sua rotina, nas quais ela obtinha bons resultados e destaque geral. Foi no World Skateboarding Federation (WSF) World Championships, na categoria sub-13, que tudo mudou quando uma oportunidade inigualável apareceu. Através do excelente resultado, Esme foi contemplada com uma vaga na Element Skateboards, uma marca com uma forte equipe jovem e um histórico de desenvolvimento de skatistas talentosos desde cedo. Se aceitasse, a garota, além de ter alguns dos melhores treinadores, poderia treinar na The Berrics, um centro de treinamento fundado pelos skatistas profissionais Steve Berra e Eric Koston, que oferecia instalações de treino de classe mundial. Era algo que Esme e sua família não podiam deixar passar.

Ace in Love | Júlia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora