Capítulo 5

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Alguns dias haviam se passado, e a vida de Esme parecia estar finalmente voltando ao normal. As tensões que antes pesavam sobre seus ombros começaram a se dissipar, permitindo que ela respirasse mais aliviada. A temporada universitária de vôlei estava se aproximando do fim, e com ela, a rotina de Esme também parecia se ajustar, encontrando um equilíbrio que há muito havia perdido.

O campus, antes um campo minado de olhares curiosos e murmúrios sussurrados, agora estava mais tranquilo. As especulações e boatos que tinham tornado sua vida um turbilhão começavam a ser substituídos pela excitação natural do final de semestre. Ana Cristina estava se preparando para voltar para o Brasil, onde continuaria sua carreira, assim como Julia Bergman, sempre determinada, também voltaria para lá, focadas nos próximos desafios que as aguardavam lá com a seleção brasileira.

Com a partida iminente das amigas, Esme começou a refletir sobre tudo o que havia acontecido. A calmaria que se instalava em sua vida era reconfortante, uma pausa bem-vinda após semanas de tempestade.

Enquanto caminhava pelo campus, sentia o ar mais leve, o ambiente menos carregado. As conversas com Jordan se tornaram mais fáceis, desprovidas da tensão que as havia dominado. Era como se, finalmente, tivessem encontrado um ritmo, uma forma de coexistir sem o peso constante das expectativas alheias.

Naquela noite, Esme estava na pista de skate, uma área iluminada apenas por luzes suaves que acentuavam as sombras e criavam um ambiente quase etéreo. O ar fresco da noite acariciava sua pele, e a brisa suave parecia dançar ao ritmo dos movimentos fluidos de Esme. Ela deslizava com a destreza de uma verdadeira campeã, sua presença na pista uma combinação de graça e força.

A cada manobra, o som sutil das rodinhas de skate contra o asfalto se misturava com o silêncio da noite, criando uma sinfonia suave que apenas Esme podia ouvir. Seus saltos eram precisos, cada movimento executado com uma precisão que revelava não apenas a habilidade, mas o domínio absoluto que ela tinha sobre o skate. Era evidente que a pista era seu santuário, um lugar onde ela se sentia completamente em controle e livre das pressões externas.

Enquanto Esme executava uma sequência particularmente complicada de saltos e giros, Jordan Thompson chegou silenciosamente à beira da pista. A medalhista olímpica, com seu olhar atento e coração acelerado, observava Esme com uma mistura de admiração e fascínio. Havia algo hipnotizante na maneira como Esme se movia — a confiança inabalável que emanava de cada gesto, a forma como seus músculos se contraíam e relaxavam com precisão.

Jordan não pôde deixar de se encantar com a sensualidade sutil que Esme possuía. Era uma sensualidade que não se manifestava de maneira vulgar, mas sim na fluidez dos movimentos e na elegância natural com que ela dominava a pista. Cada salto, cada deslize parecia contar uma história, uma história de dedicação e paixão que ressoava profundamente no coração de Jordan.

A atmosfera ao redor era quase mágica, com as luzes projetando um brilho suave sobre Esme e criando um halo ao seu redor. Jordan se sentia atraída não apenas pela habilidade impressionante de Esme, mas pela essência que ela transmitia — uma mistura de determinação, liberdade e uma sensualidade inesperada que a fazia sentir algo mais profundo do que simples admiração.

Quando Esme finalmente pousou suavemente no final de uma manobra complicada, Jordan se aproximou lentamente, sua presença se manifestando apenas quando Esme virou para ela, ainda respirando com dificuldade, mas com um sorriso satisfeito no rosto.

— Você nunca para, né? — Jordan disse, encostada na grade, com um sorriso que expressava tanto admiração quanto desejo. Esme, ao ouvir a voz que tanto amava, interrompeu sua manobra, deslizando suavemente até onde Jordan estava. O sorriso que surgiu em seu rosto era carregado de afeto e satisfação por tê-la ali.

— Eu gosto de me perder aqui. Esqueço de tudo... menos de você — Esme respondeu, puxando Jordan para mais perto com um toque suave no braço, seus olhos refletindo a intensidade do momento.

— Acho que você é a única que consegue me distrair da maneira que eu gosto — Jordan brincou, embora a sinceridade estivesse clara em seu olhar. Ela sentia uma conexão profunda com Esme, algo que ia além das palavras. Esme riu, uma risada que misturava malícia e carinho, e antes que Jordan pudesse reagir, a puxou para a pista de skate. Com o coração acelerado, Jordan segurou na cintura de Esme, tentando manter o equilíbrio enquanto se entregava à aventura.

— Está tentando me ensinar a andar de skate agora? — Jordan perguntou, rindo nervosamente, enquanto seus corpos se moviam em sincronia.

— Confia em mim, você vai adorar. E se você cair, eu te pego — Esme respondeu, com um olhar tão intenso que fez o corpo de Jordan arrepiar. Ela puxava Jordan levemente para frente, guiando-a com segurança, como se a pista fosse uma extensão delas.

Ace in Love | Júlia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora