Meu Querido, Olhos de Gavião [Concluída]

𝕺 𝖕𝖔𝖉𝖊𝖗 𝖘𝖔𝖇𝖗𝖊 𝖒𝖎𝖒

O capítulo vai ser longo, mas espero que leiam com atenção e deixem algum comentário para me incentivar a continuar. É sério, esse definitivamente, foi o que mais me deu trabalho pra escrever 😅

Como de costume, o dia começava com a rotina silenciosa do castelo. Mihawk e eu passamos a manhã na cozinha, preparando a refeição. Ele não era o tipo de homem que exigia muito, mas eu sabia que gostava de um café da manhã simples e bem feito. A cada gesto, a cada movimento, era quase como uma dança silenciosa entre nós. Mihawk, com sua calma imperturbável, e eu, cuidando para que tudo estivesse perfeito. O ambiente era relaxado, apesar de nossa rotina ser tudo menos comum.

Depois de terminarmos, tomei a liberdade de ir buscar Zoro. Ele estava no seu usual estado de semi-coma após um longo dia de treinamento, mas meu chamado fez com que ele se levantasse, ainda meio sonolento. Eu sempre achava engraçado ver ele deitado com a mesma indolência de um gato preguiçoso.

— É hora de café da manhã — anunciei, como se o simples fato de dizer isso pudesse mudar o ritmo lento do mundo.

Zoro riu baixo, uma resposta quase automática enquanto se levantava e seguia até a mesa. Mihawk já estava lá, esperando pacientemente. É curioso como o mais poderoso espadachim do mundo parece sempre tão sereno, mesmo quando está apenas sentado à mesa para uma refeição simples. A interação entre eles durante as refeições sempre me divertia, Zoro com seu mau humor habitual e Mihawk com sua paciência quase ilimitada.

Após o café da manhã, o pátio de treinamento os aguardavam. Eles tinham esse ritual diário de treinar juntos, algo que era uma espécie de espetáculo para mim. Me fascinava ver a tensão e a sincronia entre dois espadachins tão distintos. E, como sempre, eu precisava de um acompanhamento adequado para assistir ao que poderia ser descrito como um verdadeiro show de habilidades.

Fui para a adega. Caminhar pelos corredores repletos de garrafas de vinho sempre me dava uma sensação de antecipação. Encontrei a garrafa que buscava, uma das minhas preferidas, e a coloquei com cuidado em uma pequena caixa de transporte. A elegância de um bom vinho fazia toda a diferença na minha apreciação do espetáculo.

Com a garrafa e uma taça em mãos, caminhei até o pátio. O cenário estava pronto. Mihawk e Zoro já haviam começado seus movimentos. A cada golpe, o som das espadas se chocando ecoava pela área, criando uma sinfonia de aço e determinação. Eu me acomodei em um lugar onde podia ver tudo claramente, sem interferir no treinamento deles.

Despejei um pouco do vinho na taça e dei um gole. A sensação do vinho, suave e encorpada, misturava-se com a energia do ambiente. Assistir ao duelo com um bom vinho era quase como assistir a uma peça de teatro. Havia uma estética na forma como cada um dos espadachins se movia, cada golpe perfeitamente calculado.

Mas a bebida começou a se infiltrar lentamente em mim, transformando a leve sensação de embriaguez em algo mais profundo e tangível. Minha temperatura aumentava, tornando a cena diante de mim ainda mais intensa. O duelo entre Mihawk e Zoro estava em pleno andamento, e eu, que costumava assistir de forma distante e analítica, começava a perceber cada detalhe com uma clareza incomum.

Meus olhos seguiram cada movimento com uma atenção renovada. Zoro, com seu corpo esculpido e bem treinado, estava em plena ação. Ele sempre foi uma visão familiar e atraente, mas naquele momento, minha mente estava em outro lugar, buscando algo mais além do óbvio. Eu já conhecia o espadachim com sua forma impressionante exposta ao treinamento constante, mas agora, algo diferente chamava minha atenção.

Meu olhar se fixou em Mihawk. O Corsário estava tão elegante e impecável como sempre, mas havia algo mais que estava despertando meu interesse. A forma como sua camisa branca estava aberta, exibindo a pele dele, parecia agora uma tela viva. O suor cintilava sob a luz do sol, traçando caminhos tentadores ao longo de seus músculos. Cada gota de suor que escorria parecia um convite para a minha curiosidade.