𝕻𝖊𝖑𝖔 𝖒𝖊𝖚 𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖆𝖔

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Depois do café da manhã, como de costume, eu e Mihawk nos dirigimos ao pátio de treinamento. Já estava exausto dessa rotina, mas eu sabia que era o único caminho para ficar mais forte. Cada gota de suor que eu derramava me aproximava do meu objetivo de derrotá-lo.

— SANTORYU! — Coloquei a Wadō Ichimonji entre os dentes e segurei as outras duas espadas com firmeza. Com um movimento rápido, avancei contra ele.

Mihawk desviou facilmente, sua espada apenas sibilando no ar.
— Muito lento.

Eu travei. — O quê?! — Como ele consegue fazer parecer tão fácil? Em todos os nossos treinos, me surpreendo com a velocidade e precisão dele. Mas ao invés de desanimar, isso só me motiva a continuar. Eu preciso vencê-lo. Um dia.

— Se você quer me derrotar, vai ter que ser mais rápido que isso. — Num movimento preciso, Mihawk me jogou no chão, apontando sua espada diretamente para mim.

— Só pode estar brincando!
— resmunguei, levantando-me com dificuldade, mas já pronto para continuar. Nunca fui de desistir fácil, e esse não seria o dia.

Ele me observou, com aquele olhar impassível. — Vamos, sei que pode fazer melhor.

Meu coração estava a mil, e o sangue pulsava nas veias, me impulsionando para frente. Odiava admitir, mas ele estava certo. Eu precisava ser melhor. Lembrei-me daquele dia, quando consegui acertar um golpe nele. O sabor da vitória, mesmo que momentâneo, ainda queimava em mim.

— Empunhadura Tripla: Tornado do Dragão! — Usei minha técnica com toda a força. Mihawk recuou alguns passos, mas se manteve firme, sem perder o equilíbrio. Nossas espadas se cruzaram, e comecei a contra-atacar com tudo o que tinha. Eu precisava acertá-lo, provar que estava evoluindo.

— Ainda não é bom o suficiente. — As palavras dele ecoaram na minha mente. Perdi o foco por um segundo, e foi o suficiente para que ele me atingisse. Senti um corte profundo no meu rosto. O choque da dor foi instantâneo.

— Aí!, meu olho! — Ajoelhei no chão, tentando controlar a respiração, mas a dor era insuportável. Uma mão instintivamente foi ao rosto, cobrindo o ferimento.

Perona, que até então estava apenas observando, correu até mim. — Zoro! Você está bem? Consegue abrir o olho?

— Não... não estou conseguindo abrir o olho! — Droga! Como eu pude deixar isso acontecer?

Mihawk, por sua vez, estava impassível como sempre. — Você ainda precisa melhorar a precisão do seu Haki.

Estreitei os olhos, mal acreditando. — É isso que você tem a dizer? — Perona ficou ainda mais irritada. — Seu sem-coração! Não vê que ele está ferido?!

Ela me apoiou, colocando meu rosto no ombro dela, enquanto me ajudava a ficar de pé. Eu estava frustrado, mas ao mesmo tempo determinado. Essa dor... Eu superaria isso. E saíria mais forte.

— Leve ele para dentro e cuide do ferimento — Mihawk disse, como se não fosse nada. Como se eu estivesse apenas cansado de um treino qualquer.

— Ele é muito pesado! Não consigo carregar sozinha!
— Perona reclamou, a voz tremendo, já perto das lágrimas.

Mihawk suspirou e finalmente cedeu. Ele me levantou, colocando meu braço por cima de seus ombros, enquanto Perona fazia o mesmo do outro lado. Juntos, me levaram até o quarto. Deitaram-me na cama, e ele correu para pegar o kit de primeiros socorros. Quando voltou entregou pra ela. Então começou a limpar o corte, ajustando uma gaze no meu olho.

— Você devia ter sido mais cuidadoso! — ela reclamou, sem tirar os olhos do curativo.

— Não tenho culpa se ele foi lento demais — Mihawk respondeu, agora sentado numa cadeira ao lado, de braços cruzados.

Meu Querido, Olhos de Gavião [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora