𝕬 𝖉𝖊𝖈𝖎𝖘𝖆𝖔

34 5 34
                                    

O dia parecia pálido pois o sol ainda não tinha saído por completo, naquele dia eu decidi que iria levantar antes do Mihawk. Eu queria fazer uma surpresa acordando mais cedo para eu mesma preparar o café da manhã para nós. Mas levantar da cama seria tão difícil, porque era muito confortável dormir ao lado dele.

— Por que está acordando tão cedo? — ele levantou apenas o tronco ficando sentado.

— Ah! Nossa o seu sono é muito leve! — falei enquanto respirava pausadamente.

— É o resultado de ter ficado de tocaía várias vezes.

— Impressionante...

— Então... O que você ia fazer tão cedo da manhã? — perguntou seguido de um bocejo.

— Eu ia preparar o café da manhã...

— É melhor você ficar aqui dormindo mais um pouco, e deixar que eu prepare.

— Por quê? Está duvidando da minha capacidade?!
— falei franzindo a sobrancelha.

— Por que você é um completo desastre, cozinhando sem as minhas instruções.

— Seu convencido! — Eu vou provar agora mesmo que sou capaz! — levantei da cama, deixando a coberta de lado sem perceber que eu não estava usando nada.

— Oh céus... Você é muito desatenta...

— Ei! O que você tá olhando?!
— me abaixei e peguei a camisa que estava jogada no chão e vesti.

— Como se eu nunca tivesse te visto assim antes... — Ele falou com um semblante sorridente no rosto.

Saí do quarto flutuando, como sempre faço quando estou um pouco irritada. Eu estava decidida. Hoje, iria mostrar ao Mihawk que eu conseguia cozinhar sozinha, sem precisar da sua ajuda ou das suas observações incessantes. Ele sempre foi o mestre da cozinha, claro, mas eu tinha minhas habilidades também, certo?

Cheguei na cozinha e comecei a preparar tudo. Pão, manteiga, frigideira. Simples. Tranquilo. Eu estava indo bem, até que, após uns 15 minutos, senti sua presença. Ele sempre faz isso, aparece no exato momento que acha que as coisas podem sair do controle. Eu não precisava olhar para saber que ele estava atrás de mim. Só o som suave da porta se abrindo já entregava sua chegada. Suspirei e continuei a passar manteiga nos pães, mas a vontade de confrontá-lo foi mais forte.

— Eu falei que consigo fazer sozinha! — Virei para ele, minha voz mais afiada do que o habitual.

— Eu não quero que você incendeie minha cozinha
— respondeu ele calmamente, como sempre, sem sequer me olhar. Estava ocupado pegando ingredientes da geladeira como se fosse um dia qualquer.

— Você já me conhece tempo o suficiente pra confiar em mim!
— rebati, tentando manter a dignidade enquanto ele se movia pela cozinha como se já tivesse previsto esse momento.

Ele me olhou brevemente antes de responder, o que fez meu estômago dar um pequeno nó.

— Entendo... Mas você é uma pessoa muito imprevisível.

Essa era a deixa dele para me desarmar. Ele sempre tinha um jeito de me irritar e, ao mesmo tempo, soar totalmente lógico. Eu cruzei os braços, sem acreditar na audácia.

— Mais que falta de consideração, hein...
— resmunguei, empurrando os pães de forma na torradeira com um pouco mais de força do que o necessário.

Enquanto ele colocava a frigideira no fogão, quase casualmente, eu observava de relance seus movimentos rápidos e precisos. Ele parecia sempre saber o que fazer, sem precisar pensar muito. E, por mais que eu odiasse admitir, a presença dele sempre trazia uma sensação de segurança... e irritação, claro.

Meu Querido, Olhos de Gavião [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora