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“SORTE” NÃO É UMA PALAVRA QUE EVIE USA COM FREQUÊNCIA. Há uma boa razão para isso, é claro, já que ela sempre se considerou azarada pra caralho. Quando criança, isso se baseava nas vezes em que Peter roubava sua fatia de bolo de maçã e mel ou puxava suas tranças antes de sair correndo. Quando se mudava para uma nova escola e não tinha energia para fazer novos amigos. Ou quando chovia justamente no dia em que ela e seu pai deveriam sair e ter uma tarde só deles. No fim do mundo, aquela definição foi ajustada, e como Cinco sempre fora o mais pessimista dentre os dois, ela se encarregava de tentar manter o clima tão leve quanto possível. Em Dallas, ela precisou de adaptar novamente, e então azar se tornou uma palavra usada levianamente, para quando ela esquecia o guarda-chuva em casa antes de ir para o sebo e começava a chover ou quando uma febre repentina a acometia e a confinava à cama durante dias seguidos.
Por causa disso, “azar” é exatamente a palavra que ela usa quando volta para casa com Luther e Diego e encontra apenas Elliott ocupado na cozinha, sem sinal de Cinco ou dos outros cunhados. Fazendo um esforço para permanecer calma, ela dá um rápido abraço no amigo e vai atrás de Klaus, Allison e Vanya, apenas porque não acha que conseguirá passar por tudo isso sem estar pelo menos um pouco bêbada.
Foi exatamente assim que ela acabou no salão de Allison, entrando e interrompendo Klaus bem quando ele ia dizendo seu nome.
— Ah, ótimo, ela tá aqui — ele disse, acenando para que ela se aproximasse. — Evie, meu amor, sabe aquela sensação de dejá-cu? Aquela sensação de que você já tomou no cu numa situação igualzinha e vai tomar de novo?
Ela se apoiou nele, o abraçando de lado, fechando os olhos para espantar o latejar de sua cabeça.
— Não — respondeu por fim —, mas eu conheço aquele sentimento de dejá-fu, de quando a gente só se fode e quando acha que não tem como piorar, se fode ainda mais.
Vinte minutos e metade de uma garrafa de gim depois e ela está deitada no chão, com os cabelos espalhados ao redor de sua cabeça como se fosse um halo, aproveitando sua fossa em paz. Vanya gira em uma cadeira, fingindo atirar em algumas garrafas vazias, e Allison tenta estilizar o cabelo de Klaus, muito embora todos estejam embriagados demais para se manterem de pé.
— Agh! É muita cara de pau! — Allison exclama, brandindo uma navalha acima da cabeça. — Peraí, uma coisa dá errado e ele quer guerra? Olha, será que ele não me conhece? Não, não, não, o Ray... Ele sabe exatamente quem eu sou.
— Vai nessa, Ally! — Evie incentiva, balançando a garrafa de gim. Ela nunca pensou que sentiria falta da sensação de estar tão solta e alegrinha antes, mas todos os problemas do mundo parecem tão distantes e inalcançáveis que deseja que isso nunca passe.
— Ele só não sabe lidar — decide Rumor. — Eu tô protegendo ele.
— Ai! — Klaus reclama quando ela lhe dá um puxão no cabelo. — De quê?
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𝐌𝐈𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐄𝐅 ❜ ⎯ the umbrella academy.
Fanfiction· 𝐌𝐈𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐄𝐅 · uma mulher inteligente é uma coisa perigosa. em dallas, 1963, sua mente é a única arma que pode te salvar. 𝘮𝘢𝘯𝘵𝘦𝘯𝘩𝘢-𝘴𝘦 𝘢𝘧𝘪𝘢𝘥𝘰. 【 descontinuado! 】 【 five hargreeves: s2 ─── s3 】 © ʟᴏᴠɪɴɢᴄʟᴀʀᴇ ─...