Sua última chance

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22 de dezembro

Clarke se arrepiou quando o vento invadiu por baixo sua camisa longa, abriu os olhos, ajoelhada ao chão, novamente na floresta, dessa vez, perto da mansão dos Cullen. Levantou os olhos e seu mundo ficou em silêncio absoluto ao visualizar Alexandra em sua frente.

Oi — pronunciou fraco, sorriu leve e ameaçou se levantar quando a garota fez um gesto para que parasse, tinha certeza de que era um sonho — Lexie..

Lexa não sorriu ou se mexeu, manteve seu olhar frio, o vento passou entre elas, e uma abertura nas nuvens deixou raios de sol se espalharem por alguns lugares, a vampira brilhou como um diamante, Clarke apenas a admirou, tinha certeza de que ela era a garota mais linda do mundo — Por que você ainda volta nos meus sonhos? Achei que tivesse me deixado.

Não era um sonho.

Acho que temos um assunto pendente, pelo menos, na sua cabecinha — se aproximou alguns passos, e a encarou com aqueles olhos verdes, que em um piscar, se infectaram com o vermelho da morte — Me diga você, por que ainda sonha comigo?

Clarke tentou pensar em algo que fizesse sentido, mas era apenas inexplicável — Talvez — riu leve — Eu só te ame?

Lexa mudou algo em sua expressão, sutil demais para Clarke decifrar, suas pupilas dilataram — Ou talvez nunca tenha amado.

Talvez eu só tenha te amado — se levantou e envolveu seus ombros em um abraço, mas não foi retribuída, encarou cada detalhe de sua pele, e sentiu o peso da saudade que ainda era presente, só vê-la não era o bastante — Você me odeia?

— Mais do que qualquer coisa — Lexa abriu um sorriso lindo, com suas presas afiadas e seu rosto jovial, em seguida afastou suas mãos de seus ombros e deu um passo para trás, mantendo uma distância — Eu soube que estava me procurando, algum assunto importante? Ou podemos, oficialmente, encerrar aqui?

Clarke apenas ignorou tudo que ouviu — O que eu faço se a pessoa que eu mais amo, é a pessoa que mais me odeia? — voltou a prestar atenção na pele brilhante, ficando um pouco alheia do mundo a sua volta e até parou de sentir frio — Qual o jeito certo de reverter isso? Se é que existe volta...

Em que situação você se enfiou, hein? — Lexa apenas riu e se afastou outra vez quando Clarke tentou tocar seu rosto — Roan foi um bom investimento?

Roan nem existia em seu coração quando Lexa estava em seu campo de visão — Eu só queria você.

Mas teve outro, bem rapidinho — seu sorriso transparecia um traço de raiva — É difícil acreditar quando suas ações e suas falas não andam juntas.

Minha vida não podia parar por você, Lexie — encolheu os ombros, sentia medo da reação dela, não medo de ser machucada, mas medo de machucá-la — Eu ainda sou humana, e eu não ia aguentar aquela situação.

Lexa concordou, quase orgulhosa — Vejo que aprendeu algo, Griffin, eu não imaginava que você seguiria em frente tão rápido.

Digo o mesmo — ela percebeu o tratamento diferente, mas não se abalou. O azul quase era invisível diante da pupila dilatada — Você sentiu a minha falta?

Lexa riu, deslizando as mãos para dentro do bolso de seu sobretudo — Por que faz isso com você mesma?

O que?

Pergunta algo que sabe que sabe que vai te machucar.

O tempo congelou naquele segundo, alguma coisa se quebrou dentro dela, algo que não podia ser remendado — Desculpa...

Sangue proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora