[ . . . O que não dá prazer não dá proveito . . . ]
Cada segundo com Clarke passou lento, mesmo para alguém com a percepção de tempo distorcida. Esqueceu que a odiava, esqueceu que ela era humana, esqueceu que a si mesma não era. Não falaram sobre nada, não passou nada em suas mentes, o mundo era apenas mudo, a única forma de expressar sentimentos eram, com os próprios sentimentos.
Lexa tomou sangue o suficiente para comprometer lembranças, nunca fez isso a um humano, nunca o deixou viver, nem sabia que esse tipo de coisa acontecia, Clarke só tinha aqueles olhos que se destacavam no escuro, indecifráveis, e toda vez que os fechava era para beijá-la, em certo momento, parecia apenas hipnotizada, nada racional, pura emoção.
Alexandra a observou dormindo o restante da noite, fitando-a com os olhos, intrigada, e satisfeita. Naquele momento, questionou se Costia era realmente o amor de sua vida — Você é tão lindinha dormindo — aproximou e beijou sua testa, pelo menos, parecia estar em sonhos profundos, admirou cada mínimo detalhe sobre Clarke, cada pintinha em seu rosto, a forma como seus cílios eram suavemente curvados, seus lábios com pequenas marcas avermelhadas causadas pelo ressecamento do frio, sua pele que parecia estar usando maquiagem, mas não estava, as maçãs de seu rosto viraram sua parte favorita, porque era ali que ficava vermelho toda vez que Clarke a via de longe. Sorriu sem nenhuma razão, esfregando o rosto no travesseiro e os fechando, ouvindo os batimentos cardíacos naquele silêncio noturno, sua respiração calma e o calor que emanava de seu corpo.
Não deixaria suas emoções a comandarem, jamais, porém... naquela noite, se ela perdesse Clarke, exatamente agora, sua dor duraria para sempre.
27 de março — segunda-feira
Clarke acordou no susto no dia seguinte, sentindo o corpo todo dolorido, mas o pescoço se destacava, lembrando que sonhou com uma cobra lhe mordendo.
— Escolaaaa — Jake batucou com algum objeto na sua porta e saiu
A loira não lembrava muita coisa, agora estava em dúvida se bebeu ou não, lembrava de uma garota com ela, um assunto estranho, nada mais. Mas lembrava dos prazeres sobrenaturais que sentiu, pensando bem, ela também lembrou de se sentir apaixonada.
Encarou o pescoço no espelho por um tempo, procurou mas não havia um machucado, haviam alguns pontos avermelhados, como mordidas de inseto, não havia nem um pouquinho de sangue coagulado para facilitar a visualização, mas ardia o suficiente para ela saber que foi um corte, e não foi insignificante, era como uma pontada de dor toda vez que tocava ou se mexia, mas teria que lidar com isso.
— Deixa eu ver — Bell puxou o cabelo dela sem muito cuidado, encarando o pescoço
— Ain... vai com calma, me paga um jantar antes
— Você gemeu?!
O ignorou e se distraiu com as mensagens que trocava com Gaia
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Sangue proibido
FanfictionNessa fanfic, acompanhamos a história de Clarke, uma jovem humana que perdeu seu melhor amigo e decidiu recomeçar sua vida em uma nova cidade, buscando escapar das memórias dolorosas que a assombram. Ao se instalar na pequena cidade de Forks, em Was...