Livro n⁰ 2 de 10 da saga: "Improntas Quileutes".
"- Alguém já lhe disse que você parece louca olhando para ele desse jeito, Kim?
- Sim, mas eu não poderia me importar menos."
...
Jared Cameron X OC fem.
Kim balançava as pernas nervosamente de um lado para o outro. Suas unhas já estavam muito danificadas por terem sido mordidas por ela. Sua cabeça ficava repetindo a imagem do lobo várias vezes. Ela até teve um pesadelo naquela noite, quando voltou para casa.
Fiorella estava de castigo, e elas não se falavam muito por causa disso. Portanto, ela estava sozinha. Jared estava desaparecido novamente, e isso a deixava muito preocupada, além de curiosa.
Como era possível um garoto de 1,80 m com um corpo mediamente grande, desaparecer?
Naquele dia, seus pais lhe deram o dia de folga, então ela aproveitou a oportunidade para fazer algumas atividades pendentes. No entanto, ela também aproveitou a oportunidade para fazer uma coisa. Pesquisar. Uma lenda que ela ouviu quando criança ecoou em sua cabeça, algo a fez se lembrar dela.
"𝑂𝑠 𝑓𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑒 𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑖́𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑔𝑢𝑒𝑟𝑟𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠", ela leu mentalmente.
Ela começou a ler, entrando na história que o livro retratava. Ela imaginou que os frios eram aterrorizantes e muito impiedosos com os humanos. Assim que chegou à parte sobre os espíritosguerreiros, a imagem do lobo que ela tinha visto lhe veio à mente.
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Quando ela estava terminando de ler, ouviu um barulho na porta dos fundos da cozinha, que dava para o quintal. Seu coração pulou uma batida. Seus pais só chegariam em casa tarde; Fiorella estava de castigo, sem chance de fugir, pois a mãe ficava com ela, então não era ninguém que ela conhecia.
Ela ouviu passos no andar inferior. Eram lentos e um tanto cautelosos. Ela prendeu a respiração assim que os ouviu na escada e entrou em pânico. Ela procurou o telefone e um flashback veio à sua mente: o telefone estava no escritório do pai. Ela procurou por algo para se defender do intruso, mas não encontrou nada. Rapidamente, ela se escondeu no pequeno guarda-roupa que tinha em seu quarto, procurando abrigo até que seus pais chegassem ou o estranho fosse embora.
Ela ofegou de medo. Levou as mãos à boca e a cobriu, reprimindo os sons agitados que sua respiração fazia devido ao medo. Ela fechou os olhos, cheia de lágrimas de medo. Quem estava em sua casa? Ela ouviu baterem na porta de seu quarto, lentamente, quase inaudivelmente. Quando ela não respondeu, o som ficou mais alto. Ela sufocou um soluço. Seu coração não parava de bater tão forte nem por um segundo.
Silêncio.
Isso não era bom, ela sabia, pois já tinha visto filmes de terror em que o assassino faz a vítima pensar que ele foi embora, mas depois arromba a porta e a mata. Ela sufocou outro soluço. Seu corpo tremia, emanando medo.
Um som abafado foi ouvido e ele soube que a porta havia sido arrombada. Ela apertou a boca com força, silenciando os soluços. Ela podia ouvir claramente o estranho andando pela sala, procurando por ela. Quando sentiu os passos perto do guarda-roupa, seu coração parou por um segundo. As portas foram abertas de par a par. Kim soltou um grito agudo, seus olhos estavam fechados e suas bochechas estavam molhadas.
- Kim? - Ela ouviu uma voz calma e preocupada.
Ela levantou a cabeça e abriu os olhos lentamente. Olhou para a pessoa à sua frente de forma inquieta. Embry Call estava diante dela com uma expressão preocupada no rosto, com os olhos bem abertos.
- Você está bem? - perguntou Embry, aproximando-se lentamente dela. Ela se afastou - Eles fizeram algo com você? - Ele perguntou mais preocupado.
- Eles? Eles quem? - perguntou ela por fim, com a voz embargada e os olhos cheios de pânico.
- Venha comigo, você não está segura aqui. - Disse ele, tentando se aproximar.
- Não vou a lugar algum. - setenciou, segura.
- Eles vão me matar se eu não levar você, venha. - Ela murmurou lentamente.
- Por que, o que você está fazendo aqui, você vai me machucar? - perguntou ela, com medo da resposta.
- Eu não vou machucá-la, mas venha comigo e você entenderá tudo. Por favor. - Ele implorou, tenso.
Ela parecia pronta para recusar, mas algo dentro dela dizia que deveria ir com ele. Ela assentiu lentamente e saiu do guarda-roupa, com o corpo ainda trêmulo. Embry a carregou nos braços e a levou para fora da casa.
Ele entrou na velha caminhonete de Sam com ela e eles se dirigiram até a casa dos Uley. Em silêncio.
Kim ainda sentia pequenos tremores em seu corpo, e ela ainda não tinha cem por cento de certeza do que Embry iria fazer lá. Mas algo dentro dela dizia que era algo que ela precisava saber, algo que ela estava silenciosamente imaginando que finalmente seria respondido.
Quando Embry estacionou do lado de fora da pequena e rústica cabana, Kim suspirou pesadamente e desceu da caminhonete. Ela congelou ao olhar para dentro da casa.
Michael West, Paul Lahote, Seth e Leah Clearwater, Jacob Black, Sam Uley e mais dois garotos que ela não reconhecia estavam dentro da casa. Todos com rostos sérios. Embry foi se sentar ao lado de Seth. Ela estava prestes a falar, quando sentiu braços enormes e quentes a envolverem, e também os sentiu respirando em seu pescoço, sentindo-se desconfortável. Pelo canto do olho, ela pôde ver que era Jared que estava agindo de forma estranha.
- Bem-vinda, Kim. - Sam cumprimentou - Precisamos conversar.
