𝕷𝖆𝖞𝖑𝖆

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Após uma longa jornada, a princesa de Dantalion finalmente chegou à capital do reino de Bereth. Ela seguia em sua carroagem pela movimentada rua de Miura, que se estendia do portão leste diretamente até a imponente Fortaleza-das-Sombras. À medida que se aproximava, o clima festivo da cidade a envolvia, com os habitantes celebrando o festival do rei, que estava prestes a chegar ao fim.

Conforme a carroagem se aproximava do castelo, a princesa teve a real compreensão da magnitude da fortaleza. Suas muralhas eram negras como a noite, e o castelo possuía grandes salões centrais que se conectavam à torre principal, que, por sua vez, se ligava a outras quatro torres, criando uma estrutura majestosa e imponente. "Nossa", pensou a princesa, admirando a grandiosidade do lugar. "É enorme, e a Presa-de-Gelo é ainda maior."

Ao se aproximar da entrada do castelo, um guarda, com armadura reluzente e postura firme, veio ao seu encontro.

- Alto! Você tem alguma reunião marcada com o rei? - perguntou ele, sua voz autoritária ecoando na entrada.

- Com licença, Sor - respondeu a princesa, tentando manter a compostura.

O guarda, porém, a interrompeu rapidamente. - Desculpe, eu não sou Sor.
- Tanto faz! - exclamou ela, um pouco atrapalhada. - Eu sou a primeira princesa de Dantalion. Não temos nada marcado, mas peço uma reunião com Sua Majestade. Diga que é uma emergência.

O guarda a observou por um momento, surpreso com a sua determinação. Ele hesitou, mas logo percebeu que não poderia ignorar a presença da princesa.

- Muito bem, Princesa. Um momento enquanto eu aviso a Sua Majestade - disse ele, fazendo uma leve reverência antes de se afastar rapidamente em direção à entrada do castelo.

Enquanto aguardava, a princesa olhou ao redor, absorvendo a beleza do castelo e pensando sobre a razão de sua visita. Havia uma urgência em suas ações. A atmosfera festiva ao seu redor contrastava com a seriedade da situação que a trouxera até ali.
Layla, já decidida a sair da carroagem, aguardava o retorno do guarda diante dos jardins do castelo. Suas atenções foram imediatamente capturadas por um jovem rapaz que se destacava entre a multidão. Ele era alto, assim como seu irmão, e seus cabelos eram de um vermelho vibrante, brilhando como o sol nascente. A imagem dele trouxe à mente um poema que sua mãe lhe contava quando era criança - "O conto de Elian e a coruja". Layla lembrou-se das histórias sobre como pessoas com cabelos vermelhos nasciam em dias em que a lua estava vermelha como sangue, um evento tão raro quanto aqueles que possuíam essa característica.

Antes que pudesse se perder em seus pensamentos, o guarda retornou, interrompendo sua contemplação.

- Princesa, o rei está à sua espera - informou ele, apontando para a entrada. - Pode seguir reto; é depois daquele portão lá dentro.

- Ah, tudo bem, obrigada - respondeu Layla, sua mente ainda vagando entre as memórias do passado enquanto se preparava para o que estava por vir.

Ela caminhou em direção ao portão, atravessando um longo salão repleto de lordes e ladies que conversavam animadamente. Ao empurrar os portões, um novo espaço se revelou diante dela, um salão repleto de dignitários, todos com expressões de curiosidade. No final do salão, o trono que se assemelhava a um leque chamava sua atenção. Assim como o castelo, o trono era negro como ébano, ao fundo era adornado com longos estandartes que exibiam a estrela negra de Bereth.

Layla caminhou silenciosamente em direção ao rei, seus passos firmes e decididos. Ao chegar à sua frente, fez uma reverência profunda, mas antes que pudesse completar o gesto, o rei a interrompeu.

- Princesa Layla, não é? - o rei Zairus levantou-se do trono e desceu os poucos degraus em direção a ela. - Seja bem-vinda. O que a traz a Bereth? Desconfio que não seja apenas pelo torneio em meu nome. Olha só onde está minha cortesia, venha aqui.
Ele soltou uma leve risada, mas Layla rapidamente o interrompeu.

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