𝕷𝖆𝖞𝖑𝖆

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O alvorecer iluminava o céu com um brilho intenso, as primeiras luzes do dia escorrendo suavemente pelas janelas da imponente fortaleza de Bereth. Layla, já acordada, aguardava ansiosamente o pronunciamento do rei, preparando-se para o retorno a Dantalion. Um criado, ao tocar a porta, entrou com a refeição destinada à princesa, e ela começou a comer devagar, enquanto a expectativa crescia dentro dela.

De repente, um som firme e insistente ecoou pela porta, interrompendo seus pensamentos.

- Quem é? - perguntou Layla, com a curiosidade claramente estampada em seu rosto.

- Princesa? - respondeu o homem, e após uma breve pausa, ele chamou novamente: - Layla?

"Axel", pensou ela, um sentimento de animação a invadindo enquanto rapidamente se aprumava.

- Entre - disse ela, gesticulando para que ele entrasse.

Ele abriu a porta e, ao entrar, se deparou com a princesa ainda saboreando seu chá, agora com os cabelos presos em um elegante coque, parecido com um rabo de cavalo, que destacava suas feições delicadas.

- O rei me mandou - informou Axel, ainda parado na porta, com uma expressão de seriedade. - Ele já tem sua resposta. Precisamos ir à sala do conselho.

Layla assentiu, e juntos saíram do quarto, dirigindo-se em direção à sala do conselho. À medida que caminhavam pelos corredores da fortaleza, notaram que o ambiente, que na noite anterior parecia deserto, agora estava repleto de pessoas. Os soldados, com expressões alegres e energéticas, se preparavam para o retorno a Dantalion, movendo-se em direção ao portão central com uma sensação de determinação.

Ao chegarem à sala do conselho, Layla e Axel se deparam com Zairus, seu conselheiro e Kyan, que estavam em uma conversa animada com Tayacan. O grupo se reorganizou, cada um assumindo sua posição em torno da mesa, prontos para discutir os próximos passos e as decisões que moldariam o futuro de seus reinos.

- Muito bem, princesa, serei direto - declarou o rei, sua voz firme quebrando o silêncio da sala.

Ele aguardou que Layla se acomodasse, percebendo a apreensão que a envolvia. O ambiente do conselho, embora composto por apenas seis pessoas, parecia apertado e carregado de tensão. As paredes estavam adornadas com tapeçarias ricas e enfeites que exalavam a história e a opulência de Bereth. A mesa retangular, imponente, exibia dez cadeiras, das quais apenas duas estavam ocupadas naquele momento.

- Não formulei um acordo específico para a nossa tão esperada aliança - continuou o rei, seu olhar fixo na princesa. - No entanto, o seu tempo é precioso e escasso, e, portanto, você está livre para ir. Nos próximos dois dias, cinco mil homens do exército real partirão de Bereth em direção a Dantalion, incluindo cinquenta azantys.

Azantys é o nome dado aos soldados que possuem Ars. Layla ficou estupefata, sem palavras. A notícia a pegou de surpresa, mas, ao mesmo tempo, um profundo orgulho a envolveu. "Eu... consegui," pensou, ainda em estado de choque, ao perceber que teria a oportunidade de proteger seu reino.

- Majestade, eu... - começou a dizer, mas o rei a interrompeu.

- E, como um gesto de boa-fé, permitirei que você leve consigo dois membros do Noir Gladii - revelou o rei. - Zahara e Kyan se encontram impossibilitados de ir.

"Mesmo que eu quisesse, Kyan é o protetor número um do reino," refletiu a princesa. No entanto, se ele não pudesse ir, ela se contentaria em escolher o número dois.

- Muito bem - afirmou Layla, levantando-se e realizando uma profunda reverência ao rei. - Estou imensamente agradecida; realmente, o reino de Dantalion está em dívida com Bereth.

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