Durante o Carnaval de 2019, Beatriz, uma jovem estudante de medicina do Rio de Janeiro, conhece Gabriel Medina, um famoso surfista brasileiro, em uma festa na praia de Copacabana. A química entre eles é imediata, e eles passam uma noite inesquecível...
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Amanhecia em Maresias, e o céu começava a se tingir de tons alaranjados e rosados, prometendo mais um dia ensolarado. Eu estava na água desde as primeiras horas da manhã, aproveitando as ondas que pareciam ter surgido especialmente para mim naquele dia. Havia algo de tranquilizador no movimento rítmico do mar; cada onda que eu pegava me fazia sentir um pouco mais conectado comigo mesmo, como se a água lavasse todas as preocupações e ansiedades que eu tinha.
Enquanto surfava, sentia o vento frio bater no meu rosto e a água salgada refrescar minha pele, cada sensação mais viva e intensa. Eu estava focado, concentrado no que fazia, mas uma parte da minha mente não conseguia deixar de vagar. Apesar dos anos que se passaram, às vezes, meus pensamentos voltavam para aquele Carnaval de 2019, e inevitavelmente, para Bia.
Quando finalmente saí do mar, sentindo meus músculos queimarem agradavelmente pelo esforço, caminhei até a areia, pegando minha toalha. Enquanto secava o cabelo e olhava para o horizonte, foi que a vi. A princípio, achei que estava imaginando coisas, o cansaço e a luz da manhã me pregando peças. Mas não. Lá estava ela, com os pés descalços na areia, olhando diretamente para mim.
Meu coração deu um salto estranho no peito. Não a via há cinco anos, e ali estava ela, de repente, como se o tempo não tivesse passado. Seus olhos, um pouco enevoados e com um brilho diferente que eu não conseguia decifrar, encontraram os meus. Ela parecia tão surpresa quanto eu.
Deixei a toalha pendurada no ombro e caminhei em sua direção. Cada passo na areia parecia um pouco mais pesado do que o normal, como se estivesse caminhando em um sonho. Quando finalmente parei na frente dela, estávamos tão perto que eu podia ver o brilho do orvalho da manhã em seu cabelo e o rubor em suas bochechas, talvez do frio ou, mais provavelmente, de algo mais.
— Bia? — minha voz saiu mais baixa do que eu esperava, surpresa e algo mais misturado ali.
— Gabriel? — ela respondeu, sua voz carregando um tom de incredulidade que me fez perceber o quanto aquele encontro era inesperado para ambos.
Eu dei um passo mais perto, ainda sem acreditar que era realmente ela. — O que você está fazendo aqui?
Ela riu, um som suave que me fez lembrar de todas as vezes que a fiz rir no passado. — Estou com a Carol e mais alguns amigos. E você?
— Vim surfar, como sempre. Estou em casa prática — expliquei, tentando manter minha voz firme, apesar da confusão de sentimentos que estava me atingindo. Ver Bia de novo, tão de repente, trouxe à tona um redemoinho de emoções que eu pensei ter enterrado.
Ficamos em silêncio por um momento, apenas olhando um para o outro. Ela parecia um pouco diferente, mais madura, mas ainda tinha aquele olhar que sempre me fazia sentir que ela podia ver através de mim. Eu queria perguntar como ela estava, o que tinha feito nesses anos, se ela tinha pensado em mim tanto quanto eu pensei nela, mas as palavras não vinham.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ouvi uma voz familiar chamando por ela.
— Bia! Onde você está? — Carol gritava de algum lugar na praia, parecendo um pouco preocupada.
Bia desviou o olhar, e o momento entre nós se quebrou. Ela deu um passo para trás, parecendo recuperar a consciência de onde estava e do que estava acontecendo.
— Eu... preciso ir. Mas... a gente se vê por aí, Gabriel — disse ela, com um sorriso meio tímido antes de se virar e caminhar na direção de Carol.
Fiquei ali parado, observando-a se afastar, sentindo uma mistura de nostalgia e algo mais profundo, algo que eu não conseguia nomear. Ver Bia novamente foi como abrir uma velha ferida que nunca cicatrizou completamente. Enquanto a via desaparecer na multidão que ainda restava do luau, sabia que tinha que lidar com esses sentimentos, entender o que eles significavam. Afinal, cinco anos podem mudar muita coisa, mas talvez não o suficiente para apagar completamente alguém como ela da memória.
até que enfim saiu o reencontro dos nossos pombinhos! espero que tenham gostado! comentem e votem bastante 🫶🏾
