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2019

O sol estava forte naquela manhã de domingo, iluminando a cidade com um brilho que contrastava com a sensação de despedida que pairava no ar

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O sol estava forte naquela manhã de domingo, iluminando a cidade com um brilho que contrastava com a sensação de despedida que pairava no ar. Carol e eu estávamos sentadas na varanda do meu apartamento, bebendo os últimos goles de café antes que ela partisse para São Paulo. A mala dela estava encostada na parede, pronta para o retorno, mas ela parecia não querer se mover, como se cada minuto a mais pudesse prolongar nossa amizade na mesma intensidade.

— Vou sentir tanto a sua falta, Bia — Carol disse, com um sorriso triste, enquanto segurava minha mão. — Mas São Paulo me espera, sabe como é. Tem muita coisa lá pra eu resolver, e o Thiago… — Ela deu um suspiro, seus olhos brilhando com uma mistura de entusiasmo e incerteza.

— Como estão as coisas entre vocês? — perguntei, genuinamente curiosa. Carol e Thiago tinham se dado muito bem, mas eu sabia que a distância entre Maresias e São Paulo (Capital) não seria fácil de administrar.

Carol sorriu, mas havia uma pequena ruga de preocupação na testa dela.

— Tá indo bem, eu acho. A gente combinou de se ver sempre que der, mas sabe como é, né? Nem sempre é fácil conciliar as agendas. Mas, sei lá, tô disposta a tentar. Ele é diferente de outros caras com quem fiquei. Tem algo nele que me faz querer ver onde isso pode dar.

Eu a observei por um momento, sabendo que, mesmo sendo a garota vibrante e cheia de vida que era, Carol sempre teve uma certa vulnerabilidade quando se tratava de relacionamentos. Era bom vê-la com esperança, mesmo que um pouco hesitante.

— Eu espero que dê certo, Carol. De verdade. — Eu disse, apertando sua mão.

Ela sorriu, se inclinando para me dar um abraço apertado.

— E você, Bia? Como estão as coisas com o Gabriel?

Eu hesitei por um momento, pensando em como responder. Desde aquela tarde na praia, Gabriel e eu mantivemos contato, mas sem compromisso, sem promessas. A conexão ainda estava lá, mas sabíamos que nossas vidas eram complicadas demais para forçar algo. E, nas últimas semanas, as conversas começaram a esfriar, especialmente depois que falamos sobre conhecer outras pessoas.

— A gente ainda conversa, mas tá tudo bem leve. Sem compromisso. — Respondi, tentando não mostrar a pequena pontada de tristeza que sentia. — Eu acho que é o melhor pra gente agora. Ele tem as competições dele, e eu tenho minha vida aqui.

Carol assentiu, compreensiva.

— Às vezes é assim mesmo. Não significa que não foi especial. Apenas significa que os caminhos são diferentes agora.

Depois de mais alguns minutos de despedidas e promessas de visitas, Carol finalmente pegou sua mala e saiu. Fiquei ali, na varanda, vendo o táxi dela se afastar até desaparecer no tráfego da cidade. O silêncio que se seguiu parecia pesado, como se a partida de Carol deixasse um vazio que eu não sabia exatamente como preencher.

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A vida voltou ao normal, com a rotina da faculdade e os compromissos do dia a dia. Eu estava ocupada com projetos, trabalhos, e a necessidade de me concentrar no futuro. As conversas com Gabriel tornaram-se mais esporádicas. Não era por falta de interesse, mas sim porque ambos estávamos nos adaptando à realidade de que o que tivemos foi apenas um momento, uma conexão bonita, mas que talvez não estivesse destinada a durar.

Eu estava em casa, depois de um longo dia de aulas e estudos, quando uma notificação apareceu no meu celular. Era uma mensagem de Gabriel.

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𝗴𝗮𝗯𝗶 𝗺𝗲𝗱𝗶𝗻𝗮 🤙🏽

Gabriel: Ei, como você tá?

Bia: Oi! Tudo bem. E você?

Gabriel: Tô bem, corrido com os treinos. Mas queria te contar uma coisa... Conheci uma garota aqui em Maresias. A gente começou a sair, nada sério ainda, mas achei que você devia saber.

Meu coração deu uma leve batida mais forte, mas respirei fundo antes de responder.

Bia: Fico feliz por você, Gabi. Na verdade, eu também comecei a sair com alguém.

Houve uma pequena pausa antes da resposta dele, e eu podia imaginar Gabriel processando a informação do outro lado.

Gabriel: Que bom, Bia. Acho que é o certo pra gente agora. Mas quero que a gente continue amigos, sabe?

Eu sorri, um pouco melancólica, mas também aliviada por estarmos sendo sinceros um com o outro.

Bia: Com certeza. Sempre vou ter um carinho enorme por você. E sim, vamos manter contato. Mesmo que seja de vez em quando.

Gabriel: É isso aí. Quem sabe, um dia, nossos caminhos se cruzem de novo.

Bia: Quem sabe...

Encerramos a conversa ali, sem drama, sem ressentimentos. Apenas uma aceitação mútua de que, por agora, nossas vidas tomariam rumos diferentes. Guardei o celular e voltei ao meu trabalho, tentando me concentrar no que realmente importava naquele momento: meu futuro. Mas, lá no fundo, eu sabia que Gabriel sempre teria um lugar especial nas minhas lembranças, mesmo que nossas vidas seguissem por caminhos separados.

Aquela fase estava se encerrando, mas, como Carol dissera, isso não significava que não tinha sido especial. Era apenas a vida, com seus caminhos inesperados e suas reviravoltas. E agora, tanto Gabriel quanto eu estávamos prontos para explorar novas possibilidades, sem pressa, sem amarras.

𝐈𝐝𝐚𝐬 𝐞 𝐯𝐢𝐧𝐝𝐚𝐬 - Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora