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O sol ainda nem tinha chegado ao seu auge quando todos nós já estávamos na praia

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O sol ainda nem tinha chegado ao seu auge quando todos nós já estávamos na praia. Guilherme e Felipe estavam ocupados montando as pranchas de surfe, enquanto Carol e Laura espalhavam nossas toalhas na areia. O som das ondas quebrando na praia era quase hipnotizante, e a brisa do mar trazia uma sensação de paz que eu não sentia há tempos.

— Hoje o dia vai ser perfeito — comentou Carol, esticando os braços e sentindo o sol no rosto.

— Com certeza. Eu estava precisando de um pouco disso — concordei, observando o horizonte. O mar tinha algo de mágico, algo que sempre me puxava para longe das preocupações e do caos do cotidiano.

Enquanto os meninos entravam na água com as pranchas, me peguei observando-os por um instante. Guilherme parecia completamente em casa ali, pegando as ondas com facilidade. Eu sabia que ele tinha um amor especial pelo surfe, algo que, de certa forma, me lembrava de Gabriel. A maneira como Gabriel falava sobre o mar, o brilho em seus olhos quando ele descrevia a sensação de estar sobre a prancha… era impossível não pensar nele naquele momento.

— Ei, terra para Bia! — Laura me chamou, rindo. — Vamos dar um mergulho?

— Ah, claro! — sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos. — Vamos lá.

Entrar na água foi revigorante. Carol e Laura nadavam animadamente, e eu tentava acompanhar, mas meus pensamentos insistiam em me levar de volta a Gabriel. Era como se tudo ali tivesse algo que me lembrava dele. Até mesmo a música que tocava em um bar próximo, algo do estilo que sempre ouvíamos juntos.

Depois de algum tempo, voltamos para as toalhas e nos deitamos para aproveitar o sol. Guilherme e Felipe continuavam no mar, tentando pegar as melhores ondas. Estávamos todos relaxados, curtindo a tarde, quando dois rapazes se aproximaram do nosso grupo. Eles pareciam conhecer Guilherme, cumprimentando-o animadamente antes de se juntarem a nós na areia.

— E aí, galera! Que bom encontrar vocês por aqui — disse um deles, um rapaz alto e loiro, com um sorriso fácil.

— Oi! — Carol respondeu, sempre simpática. — Vocês são amigos do Guilherme?

— Sim! Eu sou o Lucas, e este aqui é o Rafael — disse o loiro, apontando para o amigo ao lado.

— Prazer em conhecê-los — respondi, tentando esconder o desconforto que sentia sempre que alguém novo se aproximava.

Os dois se acomodaram nas toalhas ao nosso lado, começando a conversar sobre as melhores ondas do dia. Logo estávamos todos rindo e conversando como se nos conhecêssemos há tempos. Era impossível não notar o quanto os dois estavam integrados no mundo do surfe, assim como Gabriel. As histórias que contavam, as gírias que usavam, tudo me levava de volta ao passado.

— Então, você também surfa, Bia? — perguntou Rafael, um pouco mais reservado que Lucas.

— Não, não... Já surfei mas hoje em dia só assisto mesmo. — Respondi, tentando disfarçar o tom melancólico. Era inevitável não pensar nele.

— Poxa, você deveria tentar. O mar tem um jeito de fazer você esquecer de tudo — comentou Lucas, com um sorriso que me lembrou Gabriel.

Por mais que eu tentasse aproveitar o momento, era como se uma parte de mim estivesse presa naqueles dias de Carnaval de 2019. A lembrança de Gabriel estava por toda parte, e por mais que eu tentasse escapar, ela me encontrava. O jeito como Lucas e Rafael falavam do mar, as histórias que contavam sobre suas aventuras… tudo me levava de volta a ele.

— Ei, pessoal, que tal a gente fazer algo diferente à noite? — sugeriu Laura, interrompendo meus pensamentos. — Ouvi falar de um luau aqui perto. Vai ter música ao vivo, e o lugar é incrível.

— Boa ideia! — respondeu Carol, animada. — Precisamos fechar o dia com chave de ouro.

Todos concordaram, e logo estávamos fazendo planos para a noite. Mas, mesmo com a empolgação, aquela sensação de expectativa continuava crescendo dentro de mim. Por mais que eu tentasse evitar, sabia que Gabriel de alguma forma ainda estava presente em tudo isso.

Enquanto o sol começava a se pôr e nos preparávamos para deixar a praia, não pude deixar de olhar uma última vez para o mar. Algo dentro de mim sabia que aquela viagem seria mais do que apenas um tempo com amigos. Seria uma jornada para finalmente encarar o passado e, talvez, entender o que o futuro reservava.

𝐈𝐝𝐚𝐬 𝐞 𝐯𝐢𝐧𝐝𝐚𝐬 - Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora