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Carnaval 2019, Rio de Janeiro

O Carnaval do Rio era como uma onda gigante, impossível de controlar, mas se você soubesse como surfar, poderia ser a melhor experiência da sua vida

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O Carnaval do Rio era como uma onda gigante, impossível de controlar, mas se você soubesse como surfar, poderia ser a melhor experiência da sua vida. Eu sempre gostei da adrenalina, do caos organizado que tomava conta da cidade. A música alta, as cores vibrantes, o cheiro de maresia misturado ao suor da multidão – tudo isso era a essência do Rio de Janeiro.

Eu estava ali com alguns amigos, incluindo o Thiago, que estava completamente interessado em uma garota chamada Carol. Ele não parava de falar dela o dia todo. Quando finalmente nos encontramos na praia de Copacabana, eu podia ver por que ele estava tão obcecado. Carol era cheia de vida, rindo de tudo, puxando todos para dançar. Mas foi a amiga dela que capturou minha atenção de verdade.

Ela estava ali, meio tímida, claramente fora da sua zona de conforto, mas com uma luz nos olhos que me intrigou. Quando Carol a empurrou na minha direção, me vi diante de uma garota diferente de todas que eu tinha conhecido.

— Oi, eu sou a Bia — ela disse, com a voz um pouco vacilante, mas com um sorriso que transmitia uma mistura de nervosismo e coragem.

Havia algo nela, talvez fosse a forma como seus olhos brilhavam com a energia do momento, mas ao mesmo tempo, guardavam uma certa vulnerabilidade. Ela não parecia estar completamente à vontade ali, mas mesmo assim, estava presente, vivendo o momento. Isso me chamou a atenção.

— Prazer, Bia — respondi, sentindo uma conexão imediata. Perguntei se ela estava gostando do Carnaval, só para quebrar o gelo, mas, na verdade, eu estava mais interessado em saber quem ela era além daquela primeira impressão.

Conforme conversávamos, percebi que Bia era diferente das pessoas que costumava encontrar nos eventos. Ela tinha uma curiosidade genuína, queria saber mais do que apenas sobre o surf ou as competições. Nós falamos sobre coisas que eu não costumava discutir com estranhos, e antes que eu percebesse, estava contando para ela histórias das minhas viagens, das praias que conheci ao redor do mundo.

Ela ouvia com uma atenção que me fez sentir que minhas palavras realmente importavam, e isso era raro. Eu estava acostumado a ser reconhecido, admirado, mas não a ser realmente escutado. Com Bia, a conversa fluía naturalmente, como se já nos conhecêssemos há muito tempo.

O tempo passou rápido, e antes que eu percebesse, estávamos sozinhos na praia. Carol e Thiago tinham desaparecido em meio à multidão, e eu nem percebi. Estar com Bia tinha feito o resto do mundo desaparecer.

Sugeri que caminhássemos na beira do mar, e ela aceitou com um sorriso tímido. Caminhamos lado a lado, nossos braços ocasionalmente se tocando, e a cada toque, sentia uma eletricidade que me fazia querer mais. Era estranho, essa sensação de querer conhecer alguém tão rápido, mas não era algo que eu podia controlar.

Quando paramos, eu olhei para ela, e senti um desejo quase incontrolável de beijá-la. Não era só atração física, era a conexão que tínhamos criado, algo que me fazia sentir que, naquele momento, ela era a única pessoa que importava. Me aproximei, e antes que pudesse pensar duas vezes, a beijei.

O beijo foi suave no início, como uma onda que se aproxima devagar, mas logo se intensificou, carregando toda a emoção do momento. Era como estar em uma das minhas ondas favoritas, algo que eu queria prolongar o máximo possível. Beatriz era doce, mas também havia uma força nela, algo que me fazia querer mais, querer entender quem ela realmente era.

Quando finalmente nos separamos, com o sol começando a nascer, senti uma mistura de emoções. Eu sabia que aquela noite era especial, algo que não poderia simplesmente deixar para trás. Mas ao mesmo tempo, havia a realidade. Nossas vidas eram diferentes, nossos mundos distantes, e aquilo, de certa forma, parecia um sonho que poderia desaparecer com a luz do dia.

Nos despedimos com um último beijo, e enquanto eu me afastava, olhei para trás, vendo Bia parada ali na areia, com os primeiros raios de sol iluminando seu rosto. Algo dentro de mim dizia que essa história não estava terminada, e que, de algum jeito, o destino ainda nos reuniria.

𝐈𝐝𝐚𝐬 𝐞 𝐯𝐢𝐧𝐝𝐚𝐬 - Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora