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Pós-Carnaval 2019, Rio de Janeiro

O dia amanheceu ensolarado, típico do Rio em pleno Pos Carnaval

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O dia amanheceu ensolarado, típico do Rio em pleno Pos Carnaval. Acordei cedo, apesar de ter dormido tarde, com a cabeça ainda cheia da noite anterior. Bia não saía dos meus pensamentos. Aquela conexão que sentimos, o beijo na praia… tudo ainda parecia tão vivo em minha mente. Me perguntei se ela estava pensando o mesmo.

Eu estava preparando as coisas para o churrasco que havia combinado com Thiago e alguns outros amigos. O cheiro de carvão queimando misturado com o som do mar ao fundo sempre me trazia uma sensação de paz. Thiago chegou pouco depois, com um sorriso preguiçoso no rosto e os óculos escuros ainda escondendo os olhos que, com certeza, deviam estar pesados da noite anterior.

— E aí, irmão? — ele me cumprimentou, jogando a bolsa térmica no chão e começando a tirar a carne que trouxe. — Como foi a noite depois que a gente sumiu?

Eu ri, balançando a cabeça. Thiago sempre tinha um jeito de chegar direto ao ponto.

— Foi... diferente. — respondi, tentando achar as palavras certas. — A Bia é uma garota especial, cara. A gente conversou bastante, caminhamos na praia, e... — pausei, dando um leve sorriso ao lembrar — acabei beijando ela.

Thiago levantou as sobrancelhas e tirou os óculos, claramente mais interessado.

— Sério? Bia? — ele parecia surpreso, o que me fez perceber que, mesmo com a aparência tímida dela, ela tinha algo que cativava. — Cara, que sorte! Ela parece ser meio na dela, não achei que fosse rolar algo assim.

— Pois é, mas rolou. E foi diferente de tudo. Ela é diferente de tudo o que eu já vivi, sabe? — As palavras saíram antes que eu pudesse pensar nelas. Era difícil explicar, mas estar com Bia era como encontrar uma onda perfeita. Tranquila, mas ao mesmo tempo cheia de energia.

Thiago sorriu, parecendo aprovar.

— Isso é bom, Gabi. Às vezes a gente precisa de algo diferente. Eu mesmo, com a Carol... Cara, ela é um furacão, mas eu tô curtindo essa energia. Acho que o Carnaval mexe com a gente desse jeito.

— Com certeza. Mas o que mais me pegou é que, com a Bia, não foi só atração, foi mais do que isso. A conversa foi boa, sabe? Como se a gente se conhecesse há mais tempo. — Enquanto falava, me dei conta de como isso era verdade. Conversar com Bia tinha sido fácil, natural.

— Bom, vamos ver no que dá. — Thiago respondeu enquanto jogava uma peça de carne na grelha. — E, cara, mesmo se não der em nada, aproveita o momento. Esse é o tipo de coisa que faz a vida valer a pena.

Concordei em silêncio, pegando uma cerveja e entregando outra para ele. O som da carne chiando na churrasqueira e o cheiro que começava a subir no ar fizeram com que o ambiente ficasse ainda mais relaxado. Mas, por mais que tentasse, meus pensamentos sempre voltavam para Bia. Para o jeito que ela olhava para o mar, como se estivesse buscando algo que só ela entendia. Ou o modo como sorria timidamente quando eu falava algo que a fazia rir.

— E aí, vai procurar ela de novo? — Thiago perguntou, como se lesse meus pensamentos.

— Não sei. Eu quero, mas também não quero forçar nada. Foi especial, e talvez tenha que ficar só naquela noite. — Eu disse, embora, lá no fundo, esperasse que não fosse esse o caso.

Thiago me deu um tapinha nas costas.

— Vai no seu tempo, irmão. Se for pra ser, vai ser.

O churrasco seguiu, mas minha mente estava longe. Entre risadas e conversas com os outros amigos que chegaram depois, eu continuava voltando àquela noite na praia. Algo me dizia que aquela história com Bia não tinha terminado. E, pela primeira vez em muito tempo, me senti animado para ver o que o futuro reservava.

𝐈𝐝𝐚𝐬 𝐞 𝐯𝐢𝐧𝐝𝐚𝐬 - Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora