Mudança.

252 26 0
                                    

Fiel à sua palavra, Eddie voltou ao hospital logo de manhã para levar Buck para casa. O coração de Buck pulou levemente quando viu seu melhor amigo entrar em seu quarto com a cadeirinha de Aidan pendurada no ombro. A enfermeira tinha entrado com uma receita de paracetamol, ibuprofeno e codeína para a dor e ordens para voltar e remover o gesso em 6 semanas. Ela também deu uma lista de coisas para Eddie ficar de olho com a concussão de Buck, principalmente letargia excessiva, dores de cabeça e náusea. Buck foi avisado de que provavelmente ficaria muito cansado pelos próximos dias e precisaria de alguém para ficar com ele para apoiá-lo. Buck gemeu de frustração com isso; ele esperava voltar ao normal e não ter que incomodar ninguém. Não importa o fato de que ele nem conseguia segurar seu filho direito no momento.

Eddie esperou do lado de fora até Buck trocar de roupa e vestir roupas limpas, entrando para ajudar somente quando já se passaram 5 minutos e Buck ainda não tinha saído. Eddie entrou em seu quarto e o viu se debatendo com sua camisa e tipoia, lutando para puxar o material sobre o ombro. Ele ficou parado em resignação e permitiu que Eddie soltasse a tipoia e gentilmente puxasse seu braço pela manga antes de recolocá-la.

“Eu me sinto como um inválido”, resmungou Buck enquanto Eddie ajeitava sua camisa.

Eddie apenas sorriu e respondeu: "Quer dizer, você meio que é, cara".

Eddie levou Buck para fora do hospital, agradecendo a todos os médicos e enfermeiros enquanto eles saíam. No segundo em que Buck se acomodou na caminhonete de Eddie, ele jogou a tipoia para longe e suspirou contente enquanto esticava o braço, ganhando um olhar de reprovação de Eddie.

“O quê?” ele murmurou, “Não é como se tivesse machucado meu ombro”.

Foi então que Eddie percebeu que Buck não seria um paciente fácil. Ele teria muito trabalho pela frente.

Buck e Eddie chegaram ao estacionamento do apartamento de Buck depois de uma longa viagem do hospital, durante a qual Buck e Aidan tiraram um cochilo. Buck se jogou no sofá com um suspiro contente, esticando o corpo e aproveitando a sensação de familiaridade. Eddie colocou a cadeirinha de Aidan ao lado do sofá e desafivelou o bebê, levantando-o e deitando-o no peito de Buck. Buck colocou sua mão boa nas costas do filho e beijou o topo de sua cabeça.

“Papai chegou, Aidan!”, ele murmurou no cabelo do filho, inalando o cheiro reconfortante de xampu de bebê. Eddie deve ter dado banho nele ontem à noite, um pensamento que, por algum motivo, encheu Buck de sentimentos calorosos e confusos.

Aidan descansou a cabeça no peito de Buck, soltando um pequeno suspiro de contentamento, gostando de estar com seu pai novamente. Buck traçou pequenos círculos nas costas do menino, o movimento tão reconfortante para Aidan quanto para seu pai. A noite anterior tinha sido difícil para Buck. Apesar de não ter um bebê para mantê-lo acordado a noite toda, Buck mal dormiu. Sua mente continuava vagando sobre o que poderia ter acontecido se ele tivesse se ferido mais seriamente. Ele não conseguia suportar a ideia de Aidan sendo deixado sozinho com uma mãe que o rejeitou e um pai em coma, ou pior. Ele realmente precisava entrar em contato com seu advogado e colocar algumas provisões em prática.

Buck olhou para cima enquanto as ditas provisões (Eddie) desciam as escadas do loft, carregando uma mala atrás de si.

“O que é isso?” Buck perguntou, se empurrando para uma posição sentada, segurando Aidan contra seu peito enquanto ele usava seu cotovelo esquerdo para se alavancar para cima. Ele estremeceu levemente quando uma pontada de dor subiu por seu braço, fazendo Eddie levantar uma sobrancelha em sua direção.

“Isso, Buck, é uma mala”, Eddie disse, colocando-a no chão ao lado do sofá. “As pessoas geralmente as usam quando vão ficar em algum lugar por um tempo”.

Buck olhou para Eddie sem expressão. “E onde você acha que eu vou ficar? Não estou exatamente com vontade de férias”.

“Você vem para ficar comigo”, Eddie respondeu simplesmente.

“Eu, o quê?” Buck disse confuso, Eddie o interrompendo rapidamente.

“Buck, não sei se você notou, mas você não consegue exatamente cuidar de um bebê com uma mão só. E por mais que eu goste do seu apartamento, não vou ficar aqui pelas próximas seis semanas, além disso, não posso sujeitar Christopher a dormir no seu sofá por muito mais tempo”.

Buck abriu e fechou a boca como um peixe engolindo ar, tentando pensar em um contra-argumento. “Eu consigo me virar sozinho” foi tudo o que ele conseguiu dizer no final, totalmente ciente de quão patético isso soava.

Eddie revirou os olhos com força e sentou-se no braço do sofá, olhando diretamente nos olhos de Buck, como se desafiasse o jovem a desviar o olhar.

“Você é um idiota”, ele disse. “A simpática moça do hospital disse que você precisaria de apoio, então aqui estou eu, dando apoio”.

"Chamar-me de idiota não é muito favorável", bufou Buck, sabendo que esta não era uma batalha que ele iria vencer.

“Levante sua bunda”, Eddie respondeu, dando um tapinha alegre na perna de Buck. “Temos lugares para estar”.

Com isso, Eddie se levantou do sofá e arrancou Aidan do peito de Buck, ignorando o gemido de reclamação de Buck e colocou o garotinho de volta na cadeirinha do carro. Ele pegou a mala e se virou, notando que Buck não havia se movido um centímetro. O homem mais jovem tinha uma expressão ilegível no rosto.

“O que está acontecendo?” Eddie perguntou, olhando preocupado para o amigo.

“Eu só… me sinto mal, Eddie”, Buck respondeu calmamente.

“O que você quer dizer? Está com muita dor? Você sente náuseas?”

Buck balançou a cabeça, sem saber como explicar seus sentimentos.

“É só que.. você está sempre fazendo essas coisas por mim, desde que Aidan apareceu, e agora eu fui e me machuquei e aqui está você de novo, saindo mais uma vez ao meu resgate. Eu sou muito grato por tudo que você fez, Ed, eu realmente sou, mas não seria mais fácil se eu ficasse com Maddie e Chim ou alguém por um tempo? Maddie é família, então ela meio que tem que lidar comigo, sabe, e você não tem que...“ Buck parou, ciente de que estava divagando, e respirou fundo.

“Eu me sinto um fardo para você e não quero que você fique bravo comigo por isso”.

Ele olhou para Eddie nervosamente. Eddie estava sorrindo suavemente e balançando a cabeça.

“Por algum segundo, passou pela sua cabeça que estou fazendo isso porque quero ajudar? Porque não me importo? Você me ajudou com Christopher mais do que eu consigo contar, especialmente quando levei um tiro. Agora é a minha vez de ajudar você. É para isso que servem os amigos, certo?”.

Eddie estendeu a mão para Buck. “Vamos lá, vamos para a minha casa e nos acomodar”.

Buck aceitou a mão de Eddie e se deixou ser içado para ficar de pé. Ele respirou fundo enquanto o mundo girava assustadoramente ao seu redor, um efeito colateral da concussão. Ele se deu um segundo para que a sala parasse e se abaixou para pegar a cadeirinha de Aidan, dando um pequeno sorriso ao filho.

“Você está bem?” Eddie perguntou enquanto observava Buck estremecer.

“Estou bem” respondeu Buck, indo em direção à porta. “Vamos”.

O bebê de buck (Por acidente) - BUDDIEOnde histórias criam vida. Descubra agora