capítulo 2

15 10 0
                                    

Stefan chegou à escola e parou no estacionamento, seus pensamentos ainda imersos na conversa que tivera com Boncio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Stefan chegou à escola e parou no estacionamento, seus pensamentos ainda imersos na conversa que tivera com Boncio. Ele encostou a bicicleta em um dos suportes enferrujados, dando uma última olhada no velho veículo. A bicicleta, uma vez vibrante com sua pintura azul brilhante, agora estava desgastada pelo tempo. O quadro estava riscado e amassado em vários lugares, e a corrente fazia um barulho agudo e rangente a cada pedalada. Os pneus, já meio carecas, tinham marcas de uso extremo, e o guidão estava um pouco desalinhado.

Apesar da condição, Stefan jamais consideraria trocar a bicicleta. Ela era muito mais que um simples meio de transporte para ele; era uma lembrança viva de seu pai, que havia falecido anos atrás. O pai de Stefan havia lhe dado aquela bicicleta antes de ser diagnosticado com câncer. E desde então, ela se tornou um símbolo de todas as memórias que ele guardava do homem que mais amara.

Stefan tinha apenas 10 anos quando sua mãe o levou ao hospital para visitar seu pai. As luzes frias do hospital, o cheiro estéril de desinfetante, e o som abafado dos passos apressados dos enfermeiros nos corredores criavam um ambiente opressor. O quarto em que seu pai estava internado era pequeno e sem vida, com paredes brancas e uma janela que deixava entrar uma luz pálida. Um monitor cardíaco emitia bipes regulares ao lado da cama, onde seu pai repousava.

Quando Stefan entrou no quarto, seu coração acelerou ao ver seu pai. O homem que ele lembrava como forte e vibrante agora estava quase irreconhecível. Seu pai estava deitado, com a pele pálida e amarelada, os olhos fundos e opacos. A barba, antes espessa e negra, agora era rala e grisalha. Ele estava ligado a diversos tubos e máquinas que ajudavam a mantê-lo vivo, mas cada respiração que ele dava parecia uma luta. A cada inalação, seu peito subia de forma irregular, seguido por uma exalação pesada e prolongada. Era como se a própria vida estivesse escapando lentamente de seu corpo.

Stefan, com toda a inocência de uma criança, se aproximou da cama e pegou a mão fria de seu pai. -Papai, quando você vai melhorar e sair daqui? Eu sinto sua falta.

A pergunta pairou no ar, carregada de esperança e desespero. O pai de Stefan abriu os olhos lentamente, seus lábios se movendo como se quisesse responder, mas nenhum som saiu. Ele olhou para o filho, seus olhos cheios de tristeza e uma dor que não podia ser expressa em palavras. A respiração dele, irregular e pesada, era a única resposta que Stefan recebeu.

O menino não compreendia completamente o que estava acontecendo, mas algo dentro dele dizia que o tempo estava acabando. Stefan segurou a mão do pai com mais força, na esperança de que aquele simples gesto pudesse trazer de volta o homem que conhecia, o homem que prometera ensiná-lo a andar de bicicleta, a jogar futebol.

Mas naquele momento, tudo o que Stefan podia fazer era esperar, com o coração apertado, enquanto o pai lutava para respirar, cada respiração um lembrete doloroso da fragilidade da vida.

De volta ao presente, Stefan deu uma última olhada na velha bicicleta, seus olhos cansandos que ele rapidamente piscou para longe.

Stefan observava o movimento no estacionamento da escola, quando de repente, o som potente de um motor chamou sua atenção. Uma Ferrari vermelha, brilhante como um rubi, deslizou pelo asfalto e parou não muito longe dele. O carro era impecável, com sua pintura vermelha reluzente refletindo a luz do sol e suas linhas aerodinâmicas exalando poder e velocidade. As janelas escuras contrastavam com o acabamento metálico das rodas, e o ronco do motor ainda vibrava no ar quando as portas se abriram.

eu não sou um serial killer Onde histórias criam vida. Descubra agora