Parte Dois (Para Laura)
"Não acredito que ouvi seu nome, minha linda dama..."
"Eu não o joguei."
"Quem é você?"
"Não importa."
O homem riu de forma bêbada, começando a desabotoar a camisa. "E por que isso?"
Ela olhou ao redor do quarto da casa do homem, ouvindo por qualquer pessoa que ainda pudesse estar acordada. Ninguém os havia visto entrar na casa do vice-rei juntos—e ninguém a veria sair.
"Porque você vai estar morto de qualquer forma," disse ela com um sorriso torto.
Por um segundo, os olhos do homem se arregalaram com um choque inicial, mas logo o medo se transformou em diversão, e ele soltou uma risada alta. "Você é uma verdadeira gata do inferno, não é? Gosto disso em uma mulher." Ele deu um passo em sua direção, sua mente turvada pela droga que ela havia colocado em sua bebida.
Não tinha sido difícil identificá-lo na festa de jantar que ela havia invadido, fingindo ser uma das herdeiras anônimas de Renaril. Ela o encantou com sua beleza e graça, como havia praticado muitas vezes antes, e ele sequer notou a bebida envenenada que ela lhe ofereceu sob o pretexto de um coquetel. A festa estava tão lotada que ninguém percebeu quando ela o conduziu para fora e ordenou ao motorista que os levasse para sua casa.
Para sua primeira missão, isso estava indo maravilhosamente bem. Arobynn estava certo sobre tudo. Ele lhe ensinou tudo o que sabia, mas muito disso era teórico. Arobynn Hamel nunca havia ensinado ou conhecido uma assassina feminina, então, em muitos aspectos, ela era um experimento. Aparentemente, as mulheres podiam ser assassinas mais eficazes do que os homens — especialmente em um mundo onde as mulheres eram supostamente apenas para reproduzir, manter a casa e cozinhar.
Seus nervos estavam um pouco à flor da pele, mas Arobynn havia dito que era natural sentir-se nervosa. Ela ajustou sutilmente o braço esquerdo para garantir que a fina adaga ainda estava presa e escondida sob as longas e esvoaçantes mangas.
Só mais um minuto ou dois...
"Eu não costumo levar moças jovens para casa, mas você era tão encantadora que não consegui resistir..." dizia o embaixador, com a fala arrastada. Ele tropeçou, mas recuperou a compostura e se aproximou dela novamente.
Ela olhou para o rosto dele com olhos frios, um flash de ódio surgindo dentro dela. O Rei de Adarlan havia eleito esse homem para ser vice-rei de Trasien. Ele governaria Trasien como um fantoche do rei, distorcendo o país, seu país, para o mundo corrupto que Adarlan havia se tornado. Bastardo mimado e treinado na corte.
Ele estava a um pé dela agora, seus olhos repulsivos brilhando com luxúria.
Sua mão direita se dirigiu em direção ao braço esquerdo.
Que direito ele tinha de governar Trasien? Que direito o Rei de Adarlan tinha de governar Trasien? Ela imaginava o vice-rei sentado no trono de Trasien, profanando-o com...
Não pense nisso. Arobynn disse para não pensar nisso mais...
O homem estava tão cegado pela luxúria e pela mente drogada que nem notava a mudança em suas emoções e compostura. Era isso. Era o momento que Arobynn havia dito para ela esperar. Tudo o que ela precisava fazer era puxar a adaga e cortar a garganta dele.
Apenas morda-a, maldita. Engula e acabe com isso. Você já matou outras coisas antes—qual a diferença se desta vez for um ser humano?
O vice-rei estendeu a mão para tocar seu rosto, ofegante, seu hálito impregnado de álcool. Ela deu uma rápida olhada ao redor do quarto dele, absorvendo toda a opulência e riquezas que lhe foram concedidas por seu rei. Esse porco de cara redonda iria governar seu país...
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RAINHA DE VIDRO (A PARTIR DO CAPÍTULO 24)
FantasyEncontrei a versão que temos no Wattpad de Rainha de Vidro, porém, por algum motivo a autora parou de postar. Para achar até o capítuto 24, é só ir no perfil da @ash_ryver. Achei o PDF completo e estarei traduzindo pra vocês enquanto leio. Só peço...