O trovão explodiu no céu noturno, enviando seu rugido explosivo por todo o mundo. Chuva e vento batem no vidro das janelas como um demônio contra a porta de um lugar onde seu mau comportamento não lhe permitia entrar. O ar dentro da casa era tingido de azul meia-noite e cheio de tanta eletricidade que fazia com que aqueles que estavam sob o telhado da casaa casa se vira-sem inquietos durante o sono.
Havia uma, porém, que não dormia – uma cujos grandes olhos estavam cerrados com tanta força que todo o seu corpo tremeu sob a segurança de camadas de cobertores. O monstruoso grito de batalha do trovão atormentou seu corpo e mente, fazendo com que ela mordesse a mão da boneca que ela segurava contra o peito para não gritar alto. Mesmo na escuridão de seu mundo envolto em um cobertor, o relâmpago evanescente ainda conseguia lançar sua fúria totalmente branca.
O trovão caiu novamente, sacudindo a casa inteira. Incapaz de se controlar, a garota explodiu como um morcego do inferno debaixo dos cobertores e no cobertor, seu coração se atirando impiedosamente contra o peito. Ela voou para baixo do cobertor, relâmpagos brilhando tão intensamente que a surpreenderam momentaneamente. Sombras e monstros espreitavam por toda parte— alguns se movendo, alguns esperando que uma vítima incauta caisse em suas garras.
A casa gemeu e lamentou, desejando poder ceder à tempestade que procurava destruí-la tão completamente.
A garota parou diante de uma porta que já tinha visto milhares de vezes e sua pequena mão estendeu-se para agarrar a maçaneta. Dela o medo da tempestade finalmente se misturando com o terror da decepção certa que a esperava de dentro, de seus músculos tensos e ansiedade aumentada explodiram dela como uma represa. Soluços indesejados de horror escaparam de sua garganta enquanto ela empurrou a porta, o quarto lá dentro foi momentaneamente iluminado por outro raio. Duas figuras jaziam dormindo em uma grande cama com dossel, cada um deitado imóvel como...
*
Com um suspiro, Celaena Sardothien acordou de seu sonho. Suas entranhas tremiam tanto quanto suas mãos, ela se atrapalhou com a escuridão para achar a caixa de fósforos que estava em sua mesinha de cabeceira. Depois que ela a encontrou, foram necessárias várias tentativas para acendê-la.
A assassina olhou para a sala ao seu redor, tentando acalmar seu coração batendo rapidamente, com respirações profundas e seguras. Ficou tão imóvel como a morte, num lugar estranhamente preservado pela solidão da noite. Não houve chuva, não houve trovão e não houve relâmpago. Ao lado dela, Fleetfoot, o cachorrinho que lhe foi dado por Dorian DeHavilliard, mexeu-se e enfiou a cabeça sob o braço de Celaena de forma tranquilizadora.
Tinha sido só um sonho.
Mas não foi apenas um sonho, foi? Celaena sabia a resposta, e talvez fosse por isso que seus nervos se recusavam a se acalmar. Ela já tinha tido esse sonho antes — muitas vezes, na verdade. Nunca foi concluído, mas a assassina preferiu que não fosse. Ela sabia como isso iria acabar.
Observando a luz fraca da vela brilhar fracamente por todo o quarto, Celaena se escondeu novamente sob as cobertas e observou sombras caliginosas dançarem até que o sono a dominou.
*
Kaltain R'ompier virou-se na cama, incapaz de adormecer. Sonhos de terror e raiva a perseguiram, e o fardo de seus pensamentos era tão pesado que superava até mesmo o sono que pressionava suas pálpebras.Kaltain abriu os olhos e olhou para a escuridão. O bastardo matou Anuksun Ytger. Não, ela matou Anuksun e a pessoa que massacrou Graev sabia. Seria apenas uma questão de tempo até que 'A Caçadora' fosse atrás dela.
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RAINHA DE VIDRO (A PARTIR DO CAPÍTULO 24)
FantasíaEncontrei a versão que temos no Wattpad de Rainha de Vidro, porém, por algum motivo a autora parou de postar. Para achar até o capítuto 24, é só ir no perfil da @ash_ryver. Achei o PDF completo e estarei traduzindo pra vocês enquanto leio. Só peço...