O RENASCER

capitulo 4 : corrida contra o tempo

Lucy corria desesperadamente em direção à Guilda, seu coração acelerado, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias. O trabalho que tinham pegado não era muito longe, mas a urgência da situação fazia com que cada segundo parecesse uma eternidade. Ao avistar o portão principal da Guilda, ela aumentou a velocidade, escancarando a porta com um estrondo que ecoou por todo o salão. Os membros da Guilda se viraram assustados, surpresos com o barulho e a expressão aterrorizada no rosto de Lucy.

“Erza foi gravemente ferida! Precisamos de ajuda!” A voz dela soou como um grito de desespero que cortou o ar.

Levy, Mirajane e Gray foram os primeiros a reagir, correndo em direção a Lucy com olhares preocupados e confusos. O coração de Lucy batia descontroladamente enquanto ela tentava explicar rapidamente a situação. Sem perder tempo, ela começou a correr novamente, sabendo que seus amigos a seguiam, e assim foram em direção ao lugar onde Erza estava.

Ao chegarem ao local do ataque, uma cena devastadora os aguardava. Natsu estava ajoelhado ao lado de Erza, seus olhos cheios de lágrimas enquanto ele segurava sua mão e implorava que ela acordasse. A expressão de desespero em seu rosto era inconfundível; ele não conseguia aceitar que sua amiga estivesse naquela condição. O coração de Lucy se apertou ao ver Erza tão maltratada, com o corpo ensanguentado e pálido.

Mirajane foi a primeira a se aproximar mais cautelosamente. Ao olhar para o abdômen de Erza, seus olhos se arregalaram ao ver o tamanho do estrago. As garras que haviam cortado sua pele estavam envenenadas, e isso explicava por que mesmo uma guerreira tão forte como Erza estava enfrentando um estado tão crítico. Mirajane lutava contra as lágrimas enquanto tentava entender como aquilo havia acontecido.

“Isso não pode estar acontecendo…” sussurrou Gray, sentindo uma mistura de raiva e impotência. Ele sempre admirou a força de Erza e agora via sua amiga à beira da morte.

Sem pensar duas vezes, Gray se ajoelhou ao lado dela e cuidadosamente levantou seu corpo ferido nos braços. “Eu vou levá-la para a Guilda!” Ele gritou para os outros enquanto começava a correr novamente.

A corrida foi rápida, mas parecia uma eternidade para Lucy. Cada passo que Gray dava era como um golpe em seu coração; ela desejava poder fazer mais por Erza. Ao chegarem na Guilda, todos pararam em choque ao ver o estado dela. Os murmúrios se espalharam rapidamente entre os membros da Guilda enquanto Gray corria em direção à enfermaria.

Ao chegar lá, Gray colocou Erza suavemente em uma das camas disponíveis. O mestre Makarov entrou logo atrás deles e percebeu imediatamente que a situação era crítica. Seu olhar se tornou sério enquanto ele avaliava a cena diante dele.

“Precisamos chamar Porlyusica!” exclamou Makarov com urgência.

Lucy sentiu um frio na barriga ao ouvir o nome da famosa curandeira; Porlyusica era conhecida por seus conhecimentos profundos sobre venenos e ferimentos críticos. Era a única esperança que tinham naquele momento.

Enquanto isso, Natsu não conseguia conter suas emoções e ficou parado ao lado da cama onde Erza jazia inconsciente. “Por favor… acorde…” ele murmurou repetidamente, como se isso pudesse trazer sua amiga de volta à realidade.

Levy tentou confortar Natsu colocando uma mão sobre seu ombro: “Natsu, precisamos ser fortes agora… Erza precisa de nós.” Mas as palavras dela pareciam fracas diante do desespero que pairava no ar.

Minutos pareceram horas até que Porlyusica finalmente chegou à enfermaria com sua presença imponente e uma expressão séria em seu rosto. As mãos dela estavam cheias de frascos com poções e ervas medicinais; ela era uma mulher pequena, mas sua determinação era enorme.

“O que aconteceu?” perguntou Porlyusica rapidamente enquanto se agachava perto da cama de Erza.

Lucy explicou apressadamente enquanto Mirajane ajudava a preparar os materiais necessários para o tratamento. “Ela foi atacada por uma sobra e as garras dela estavam com veneno e … as garras dela cortaram seu abdômen!”

Porlyusica examinou cuidadosamente os ferimentos de Erza enquanto murmurava palavras sobre venenos e antídotos. “Precisamos agir rápido… O veneno está se espalhando pelo corpo dela.”

Lucy observava tudo com ansiedade crescente; cada movimento da curandeira parecia crucial para a sobrevivência da amiga. Ela queria fazer algo útil também, mas sentia-se impotente diante daquela situação crítica.

“Gray, você pode me ajudar?” pediu Porlyusica sem olhar para cima.

“Claro! O que você precisa?” respondeu Gray imediatamente.

“Precisamos estabilizar o ferimento primeiro antes de combater o veneno,” disse Porlyusica com firmeza. “Me passe aqueles panos limpos.”

Enquanto Gray obedecia às instruções da curandeira, Natsu não conseguia desviar os olhos do rosto pálido de Erza. Ele lembrava-se das inúmeras batalhas que enfrentaram juntos; todas as vezes em que Erza havia protegido seus amigos com bravura inigualável agora pareciam distantes e irreais.

Com as mãos firmes e experientes, Porlyusica começou a limpar os ferimentos de Erza e aplicar um antídoto poderoso para neutralizar o veneno. Os outros observavam em silêncio absoluto; cada segundo parecia uma eternidade enquanto esperavam ansiosamente por notícias sobre o estado da guerreira.

“Isso vai doer um pouco,” alertou Porlyusica antes de aplicar uma pomada especial no abdômen ferido de Erza.

Um gemido involuntário escapou dos lábios da guerreira ao sentir a dor intensa do tratamento; todos prenderam a respiração nesse momento crítico. Era difícil imaginar alguém tão forte passando por tanto sofrimento.

Finalmente, após longos momentos que pareciam intermináveis, Porlyusica olhou para cima  respirou fundo e começou a enfaixar o abdômen de Erza assim que terminou olhou para eles e disse: “O pior já passou… Ela ainda está viva.” As palavras foram como um bálsamo para os corações aflitos presentes na sala.

Mas ainda havia muito trabalho pela frente; eles precisavam garantir que Erza se recuperasse completamente. Lucy sentiu um alívio imenso misturado com gratidão por Porlyusica; sem ela, talvez já fosse tarde demais.

“Agora precisamos deixá-la descansar,” disse Porlyusica após terminar os primeiros cuidados essenciais. “Ela precisa lutar contra isso sozinha agora.”

Natsu assentiu lentamente com a cabeça enquanto olhava para Erza adormecida na cama: “Nós estamos aqui por você… sempre estaremos.”