O RENASCER

capitulo 8.1: o medo nas escamas brancas

Wendy on

Era uma manhã ensolarada, mas a atmosfera estava carregada de tensão. Desde que a Erza e eu, Wendy, entramos na Guilda, éramos inseparáveis. A força e a determinação dela sempre foram uma fonte de inspiração para mim. No entanto, naquele dia, tudo mudou. Fui escalada para uma missão com ela, e o que deveria ser uma aventura emocionante se transformou em um pesadelo.

Quando chegamos à aldeia distante, algo parecia errado. O ar estava pesado e as pessoas olhavam para nós com medo nos olhos. Antes que pudéssemos entender o que estava acontecendo, fomos atacadas por trás. A escuridão tomou conta de mim.

Ao acordar, percebi que estávamos em um lugar sombrio e mofado. Meu coração disparou ao notar a expressão de Erza; ela estava em alerta, sentindo o perigo iminente. Mas eu não conseguia me mover, apenas observava enquanto um homem grotesco entrava no quarto. A sensação de impotência me paralisava.

Ele nos arrastou para uma câmara de tortura. Meu estômago se revirava ao ver Erza sendo brutalmente torturada diante dos meus olhos. Eu queria gritar, queria fazer algo, mas estava presa ao meu medo. O homem queria que eu sofresse ao ver minha amiga em dor. Cada grito dela ecoava em minha mente como um punhal afiado.

“Isso não pode estar acontecendo,” pensei enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu via Erza lutando contra a dor, mas quanto mais ela resistia, mais eles intensificavam a tortura. O sorriso malicioso do sequestrador me fazia sentir náuseas.

Quando ele se aproximou de mim e desferiu um soco brutal, tudo escureceu por um momento. Caí ao chão enquanto os socos continuavam a vir. Um turbilhão de emoções me consumia; eu me sentia impotente e assustada. O que eles estavam fazendo com nós? Por que isso estava acontecendo?

Foi então que algo mudou dentro de Erza. Eu vi uma transformação assustadora; suas escamas brancas começaram a emergir de sua pele e seus olhos branquearam como se uma tempestade estivesse prestes a explodir dentro dela. A raiva se tornou sua única motivação. Era como se ela tivesse invocado um poder ancestral.

As algemas que a prendiam não eram páreo para sua fúria descontrolada. Ela se libertou com facilidade e seu olhar maligno fez meu coração acelerar ainda mais — não só pelo medo do sequestrador, mas pela nova Erza diante de mim. “Que tal eu brincar um pouco?” As palavras dela eram como veneno.

A carnificina começou e eu fiquei paralisada, assistindo-a transformar-se em um verdadeiro monstro diante dos meus olhos. Os gritos dos sequestradores ecoavam na câmara enquanto Erza os destruía com força brutal. Cada golpe era acompanhado por uma explosão de poder que eu nunca havia testemunhado antes.

Quando tudo acabou e o silêncio tomou conta da sala, Erza se aproximou de mim e me pegou no colo como se eu fosse uma criança pequena. Mas aquele olhar... aquele olhar não era mais o mesmo que conhecia; havia algo terrível nele.

Ao chegarmos na Fairy Tail, o ambiente estava repleto de preocupação e confusão. Os magos cercaram-nos, questionando quem era aquela menina ferida e onde estava a verdadeira Erza. Ela parecia cansada; sua transformação não durou muito tempo e logo voltou ao seu estado normal.

Mas eu sabia que algo havia mudado profundamente dentro dela — e dentro de mim também. Olhando para Erza agora, vi mais do que apenas minha amiga forte; vi alguém capaz de coisas aterradoras quando dominada pela raiva.

O mestre se aproximou de nós enquanto eu tentava processar tudo o que acontecera. Ele olhou para mim com compreensão nos olhos, mas não consegui ignorar quando eu ouvi a horrorizante verdade: Erza havia perdido o controle novamente.

“Eu estou bem,” murmurei para tentar acalmá-lo, mas as palavras pareciam vazias até mesmo para mim. O pavor tomava conta do meu coração enquanto olhava para Erza adormecida na enfermaria — a imagem dela lutando contra aqueles homens ainda estava fresca na minha mente.

A partir daquele dia, percebi que havia uma nova camada em nossa amizade: o medo do poder incontrolável que existia dentro dela. Como poderia confiar completamente em alguém capaz de tal destruição? Eu sabia que precisava ser forte por ambas nós; no entanto, era difícil ignorar a sombra da dúvida que pairava sobre mim.

Com o passar dos dias, tentei me aproximar novamente dela, mas sempre havia aquela barreira invisível entre nós agora — um medo sutil que me afastava da minha melhor amiga. Sempre quando ela sorria ou tentava conversar comigo sobre coisas normais, lembranças da tortura e da transformação surgiam em minha mente.

E assim seguimos nossas vidas na Fairy Tail: eu tentando lidar com meu medo crescente enquanto Erza lutava contra seus próprios demônios internos. Às vezes me perguntava se conseguiríamos voltar a ser como antes ou se aquela experiência nos separaria para sempre.