Prólogo

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João Vitor Romania Balbino veio ao mundo em uma manhã suave de novembro, no dia 3 de 1994, em Américo Brasiliense. Seus olhos castanhos e curiosos pareciam já procurar por algo, ou alguém. Algum tempo depois, em 30 de janeiro de 1995, enquanto João estava na consulta de rotina com o pediatra, Pedro Augusto Tófani Fernandes Palhares deu seu primeiro choro no mesmo hospital. Naquela manhã, duas vidas se cruzaram, ainda que sem saber, selando um destino que ninguém poderia prever.

As mães, Catarina e Ana, além de vizinhas, eram boas amigas, e, por isso, os filhos cresceram juntos, lado a lado. João e Pedro, desde os primeiros passos, foram cúmplices em todas as descobertas. Compartilhavam o quintal, os brinquedos, e, acima de tudo, o carinho. O laço entre eles era profundo, construído com abraços que demoravam a se desfazer e olhares que diziam mais do que palavras. Entre risadas e aventuras, algo maior florescia, uma conexão que ia além do simples companheirismo infantil.

Naquela pequena cidade, onde o tempo parecia correr mais devagar, os dois meninos encontraram um no outro a segurança e o conforto que o mundo lá fora muitas vezes não oferecia. Aos 14 anos, porém, essa bolha de proteção foi rompida. A notícia de que Pedro se mudaria para Belo Horizonte com sua família caiu como uma tempestade inesperada. A separação, antes impensável, tornou-se uma dura realidade. Na despedida, os abraços se prolongaram, e as promessas de nunca perder o contato foram feitas com vozes trêmulas e corações nublados. O que os dois meninos não sabiam é que o tempo e a distância, por mais curtos que parecessem na infância, tinham o poder de afastar até mesmo as almas mais conectadas.

João, sem o melhor amigo que sempre esteve ao seu lado, mergulhou em um silêncio doloroso, fechando-se em um mundo onde poucos tinham acesso. Já Pedro, em uma cidade nova e vibrante, tentava preencher o vazio deixado pela ausência de João com sorrisos temporários e relacionamentos passageiros. Mas nenhum sorriso, nenhum abraço, tinha o mesmo calor. Nada preenchia aquele espaço que só João podia ocupar.

Agora, anos depois, as linhas invisíveis que conectam seus corações começam a se tensionar, puxando-os de volta um para o outro. O destino, como um mestre paciente, prepara o reencontro, tecendo, fio a fio, a continuação de uma história que sempre foi destinada a ser. A lenda do "Akai Ito" murmura ao vento, guiando seus passos para o que vem a seguir, porque alguns laços, por mais esticados que sejam, jamais se rompem.

Oii,

Essa história eu dedico pra todos os amigos que sempre me incentivaram e pediram pra eu escrever uma história um pouco mais longa, então aqui está. 

Espero que gostem.

 Além disso, essa é uma idea que surgiu numa tarde em que eu estava assistindo um filme com a minha melhor amiga, Beatriz. Um beijo pra você Bia, obrigada por tudo que você já fez por mim. 

PEJÃO | Akai ItoOnde histórias criam vida. Descubra agora