Capítulo 1

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Algumas pessoas acreditam que tudo que desejamos ao universo atraímos, eu nunca desejei nada do que me aconteceu, nunca quis ver meus pais morrerem na minha frente e muito menos perder a mulher da minha vida de uma hora para a outra

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Algumas pessoas acreditam que tudo que desejamos ao universo atraímos, eu nunca desejei nada do que me aconteceu, nunca quis ver meus pais morrerem na minha frente e muito menos perder a mulher da minha vida de uma hora para a outra.

Meu pai nunca foi um bom homem, e isso eu sempre soube, na minha cabeça de criança ele só tinha problemas demais e descontava em casa, mas no dia que tudo aconteceu me dei conta de que não era só sobre problemas de adulto.

Meu pai passou o dia no trabalho como de costume, eu via minha mãe chorando pelos cantos todos os dias, mas ela sempre deu o melhor fingindo estar bem e feliz na minha frente, eu escutava todas as noites ele bater nela e os sons dos soluços.

Eu estava sentado no chão fazendo minha lição de casa e minha mãe sentada no sofá assistindo tv, quando ele entrou transtornado, com os olhos vermelhos e com as roupas bagunçadas, seu olhar foi de mim para minha mãe e foi aí que o terror começou.

Ele puxou minha mãe pelo cabelo, fazendo-a levantar a força do sofá, eu me levantei gritando para que ele parasse, porém não servia de nada

- Você é a porra de uma vadia de merda. - ele falava cuspindo no rosto da minha mãe, ela chorava pedindo para que eu saísse de lá, mas meu corpo estava travado.

- Por favor, Carlos, na frente dele não, deixe que ele saia antes, eu imploro. - ela suplicou, mas ele agarrou em seu pescoço dificultando a respiração dela.

- Pai, larga ela, por favor, não faz isso!! - gritei o mais alto que pude, ele me olhou e soltou ela, chegou perto de mim e deu um soco no meu rosto me levando ao chão. - Eu te odeio. - falei entre dentes

- Cala essa boca muleque idiota. - foi até minha mãe e sacou uma arma colocando em sua cabeça

- Eu te amo. - ela me olhou com os olhos transbordando e essa foi a última coisa que ela me disse antes dele atirar em sua cabeça e seu corpo cair no chão

- Não! Você é horrível! Eu te odeio! Te odeio! - meu pai olhou para o corpo no chão e parece ter voltado a si, ele olhou a arma que estava em sua mão e desviou o olhar pra mim.

- Me desculpe. - e atirou na própria cabeça, me sentei no chão abraçando minhas pernas chorando, não podia acreditar que meus pais estavam mortos bem ali na minha frente

Lembro de ficar algum tempo na mesma posição até que os policiais chegassem, passei a noite na delegacia, dei meu depoimento e eles entraram em contato com minha tia que na manhã seguinte já estava lá pra me buscar.

Fui com ela para o Canadá apenas com minhas roupas do corpo, todo o processo de mudança é como um vulto na minha cabeça, era como se eu estivesse vivendo no modo automático.

Minha tia não era nenhuma senhora rica ou bem sucedida, porém tinha uma condição boa para nos sustentar até que eu arrumasse um emprego. Sua casa era pequena mas aconchegante.

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