Colega De Apartamento

Surpresa

Maiara POV

Como eu me odeio as vezes! A Marilia tem o efeito de drogas paralisantes sobre mim. Eu simplesmente não conseguia fazer nada tendo-a em cima de mim. Eu queria puxá-la para um beijo, mas eu não consegui. Será que terei que praticar com outras garotas? Não, não. Fora de cogitação. Mas eu definitivamente tenho que me acostumar com o fato de que gosto de garotas e isso é normal, quer dizer, eu devo levar isso de forma normal e não é que eu goste de garotas, eu gosto dela, Marilia. E já gostei da Ariana. Péssima hora para meu subconsciente entrar em ação.

O pior é que novamente ela veio com o papo de que não significaria nada. Seria tudo para mim e eu gostaria de dizer isso a ela, mas ela me negaria, eu sei que negaria. Quer dizer, do jeito que ela é sem vergonha, talvez ela ainda me beijasse, mas depois agiria como ela disse que agiria, como se não houvesse acontecido e eu sairia machucada da história. Estou seriamente começando a achar que foi um erro me apaixonar por ela, mas eu não escolhi isso, ninguém escolhe.

Se foi difícil conseguir dormir aquela noite? Imagina. Ela provavelmente pegou no sono primeiro que eu. Quando acordei pela manhã, fui ao seu banheiro fazer minha higiene matinal e logo voltei para me vestir. Ela continuava dormindo, simplesmente linda. De qualquer forma, decidi me trocar no banheiro. Logo começo a sentir fome e sou obrigada a sair de seu quarto encontrando Diogo no corredor, que me acompanha descendo as escadas e indo em direção a cozinha para tomar café da manhã. Eu estava um pouco envergonhada, levando em conta que eu não tinha tanta intimidade para invadir a cozinha assim, ainda bem que Diogo era praticamente de casa. Felizmente, por mais zoeiro e brincalhão que ele seja, em nenhum momento me fez perguntas relacionadas ao fato de eu e a Marilia termos dormido juntas. Na cozinha encontramos o senhor e senhora Mendonça sentados à mesa, que se mostraram surpresos em nos ver ali, mas logo tratamos de explicar, com exceção da parte em que dormi com a Marilia. Prontamente nos convidaram para que nos juntássemos a eles.

 Tocamos no assunto de minha viagem dentro de alguns minutos e Mike praticamente me obrigou a aceitar que seu motorista me levasse até minha cidade. Pelo menos eu economizaria dinheiro com transporte. Pedi para que Diogo me acompanhasse até o quarto e me ajudasse a trazer as malas para o andar de baixo, mas antes que possamos alcançar as escadas Marilia esbarrou fortemente comigo, foi sorte eu não ter caído.

- Meu Deus! Eu pensei que você tinha ido embora sem se despedir. Saí que nem louca daquele quarto correndo pela casa atrás de você. - a morena disse com uma mão no peito e outra na cintura.

Eu e Diogo nos entreolhamos e começamos a rir do desespero de nossa amiga. De qualquer forma, é isso que nós somos: apenas amigas. Será que ela não notou que minhas malas ainda estavam em seu quarto?

- Eu já estava subindo para me despedir e pegar minhas cosas, só não queria te acordar tão cedo, ainda fui tomar café. Diogo me acompanhou.

Marilia nos olha por um momento.

- Ainda sobrou comida nessa casa? - ela pergunta irônica.

- Engraçadinha. - Diogo diz cínico. - Nem como tanto assim, agora sua amiguinha aqui... - finaliza apontando discretamente para mim.

- Nem vem, olha meu tamanho para o seu. - digo em minha defesa.

- Mas é exatamente isso. Eu como o suficiente para sustentar meus quase 110kg. - Cristo! Ele pesa tudo isso? - Eu deveria lutar no UFC e não ser cozinheiro ou confeiteiro. Quanto a você, não há necessidade comer tanto assim. Aliás, como você consegue ser magra desse jeito, garota?

Eu também gostaria de saber, o fato de eu poder comer de tudo sem engordar significativamente, muito me agrada. Marilia pede que ele vá até seu quarto especificando onde estavam minhas coisas, prontamente ele atende seu pedido. Enquanto isso, ela continua a discutir comigo dizendo que eu tinha que ter a acordado. Não demora muito tempo e Diogo aparece com meus pertences, logo vou me despedir do senhor e senhora Mendonça que me acompanham até o carro juntamente a Marilia e Diogo, que coloca minhas coisas no porta malas do luxuoso carro que me levaria até a casa dos meus pais, recebendo meu agradecimento por sua gentileza.