Aceita?

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Marilia POV

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Marilia POV


Alguns dias se passaram desde que fui à escola com a Maiara pela primeira vez. Na terça à tarde ajudei a Vic em algo importante e após fui conversar com minha orientadora para mostrar a ela tudo o que eu havia escrito em meu TCC, coisa que eu havia adiado de fazer no dia anterior por acompanhar a Maiara em sua jornada de trabalho, um dos dias mais divertidos da minha vida. Meu trabalho de conclusão estava praticamente concluído, só precisava da opinião dela, que se admirou por eu estar tão adiantada. Ela me deu alguns toques, mas nada que me fizesse desconstruir as coisas que eu havia escrito, o que me fez suspirar aliviada. Em breve isso seria uma preocupação a menos e eu só precisaria me preparar para o dia da defesa, que ainda estava meses à frente. Pelo menos o tempo parece estar a meu favor.

Os alunos da Maiara gostaram de mim, só não sei exatamente em que sentido. Pediram pra eu voltar outras vezes e com o consentimento da Maih e sua diretora, na quarta e quinta-feira eu retornei àquela escola ajudando a Maiara. Falando em sua diretora, na quarta-feira durante a aplicação de uma prova numa turma do 1° ano, a mesma acabou aparecendo de surpresa na sala e eu devo ter virado um fantasma de tão pálida, pois a Maiara estava de pé sobre a mesa e eu sobre sua cadeira. Já estava imaginando que a Maiara seria demitida ou algo do tipo, na hora nem lembrei que ela era concursada e que por conta disso não poderia ser demitida tão facilmente, mas a mulher parecia achar aquilo tudo a coisa mais natural do mundo. Cheguei a pensar que todos os professores ali faziam isso, mas a Maiara disse que ela era a única.

Me surpreendeu o fato da gestora permitir que a Maiara fizesse tudo aquilo durante a aplicação de provas, mas durante uma pequena conversa que tivemos a mesma disse que a Maiara não estava fazendo nada de errado, que o respeito entre a Srt. Pereira - como a mesma chama - e os alunos era mútuo e que aquele era seu método e se estava dando certo ela não iria intervir, afinal o que importava era o respeito e os bons resultados.

Sobre a brincadeira dentro do carro, como se não bastasse ter acontecido duas vezes, tentei fazer acontecer uma terceira vez, mas a Maiara me impediu. Acho que eu nunca deixei alguém dirigir meu carro tantas vezes como eu deixo essa garota.

- Vai, Maih. Abre a boca, eu sei que você quer. - insisto.

- Não, Marilia. Eu não quero! Tira essa colher daqui. - diz afastando meu braço de seu rosto.

- Quer sim, eu sei que quer. Desde quando você recusa doce?

- Desde que eu sei que você só quer melar meu rosto.

- Eu preferia te melar em outro lugar. - digo como quem não quer nada, quando na verdade eu queria tudo.

Maiara se surpreende com meu comentário nada inocente, o que refletiu em sua boca agora em formato de "o", transparecendo sua surpresa.

- Oh. My. God. - diz pausadamente enquanto o carro vai perdendo velocidade por conta do sinal fechado. - Marilia Dias Mendonça . - passou a focar em meu rosto. - Você disse mesmo o que eu acho que você disse? - seus olhos semi cerrados.

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