Conversas Inesperadas

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Marilia POV


Acordei com o som do meu celular tocando freneticamente. Ignorei. Queria dormir mais, no entanto, ele voltou a tocar. Bufei dando um tapa forte na superfície da cama demonstrando minha irritação com aquilo. Me arrasto até o outro lado da cama pegando meu celular que se encontrava no criado mudo bem ao lado. Olho para a tela lendo o nome de quem ousava me importunar.

Maraisa.

- O que você quer? - pergunto de mal humor.

Boa tarde pra você também. Quer dizer que eu me livro da minha frieza para ela ir pra você e você usá-la contra mim?

- Maraisa, você acabou de me acordar, eu não tô em condições de raciocinar agora. Pouco entendi do que você disse.

Bom, eu só liguei para avisar que em trinta minutos estaremos aí.

- Opa! Calma aí. Tem que ser no mínimo em uma hora, eu acabei de acordar. E mais uma coisa, quem faz parte desse estaremos?

A gangue. Quem mais poderia ser? Apenas suas lesbas junto a mim, Lau e Manda. Já combinei com elas. Você e a Maiara são as únicas que ainda estão dormindo, eu liguei pra ela várias vezes até que deu caixa postal, presumo que ela esteja dormindo. Sabe que horas são?

- Qual foi a parte do eu acabei de acordar que você não entendeu? Eu ainda não vi nem minha cara, muito menos as horas.

- PUTA QUE PARIU. O que aconteceu nessa festa? Natália te beijou foi? Não, melhor. Ela beijou a Maiara, sua namorada? - perguntou divertida, debochando de mim. - Porque quando eu estava te tratando mal o motivo que deu origem a aquilo foi que a indivídua que se dizia minha amiga beijou o garoto que eu estava de olho. Natália por acaso beijou a Maiara? - impossível não rir, principalmente quando veio a minha cabeça os foras que a Maiara deu em Natália.

- Eu juro que não queria rir, Maraisa. - disse ainda em meio ao riso. - Venham daqui a uma hora, eu vou acordar a Maiara. Beijo.

Ouvi um estalo do outro lado da linha, em seguida ela desliga. Olho as horas, eram quase duas da tarde. Deixo meu celular de volta onde estava e começo a me espreguiçar sentada na beira na cama, sentindo um arrepio percorrer meu corpo, arrepio este que tentava fazer meus músculos acordarem para mandar a preguiça ir embora.

Saio do meu quarto notando que a porta da Maiara ainda está fechada. Vou ao banheiro rapidamente, mas logo me retiro dali indo em direção ao quarto dela batendo em sua porta, porém, não obtenho resposta. Começo a chamá-la pelo nome, mas ainda não sou respondida. Bem que ela disse que era difícil acordá-la. Depois de muito insistir e não receber nada em resposta, decido partir para o plano B. Eu não queria ter que fazer isso, mas a situação não deixava escolha. Pego a chave reserva de seu quarto a qual ela me deu em casos de emergência e adentro o local, passando a mão pela parede ao lado da porta até encontrar o interruptor e acender a luz. De cara vejo seu celular no chão. Elevo o meu olhar até a cama, agora observando aquele ser que dormia tão tranquilamente, de bruços, esparramada em meio aos lençóis. Um sorriso surge em meus lábios sem que eu perceba.

Aproximei-me da cama pelo lado onde encontrava-se seu celular, agacho próximo ao aparelho e dou uma olhada rápida constatando que felizmente não há nenhum arranhão ou rachadura.

- Como você veio parar aqui? Maiara te botou de castigo dormindo no chão? Ou você caiu aí de cima de tanto que a Maraisa ligou?

Perguntei como se o aparelho pudesse me responder. A segunda opção era bem provável, o que não descarta a primeira, afinal, estamos falando da Maiara. O pouco tempo que temos de convivência já me mostrou o quanto ela pode ser louca quando quer.

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