ㅤ━━━ Capítulo 7

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— Vamos rezar pelo bem-estar das três deusas: Maria, Rose e Sina! — O pastor juntou as mãos, olhando para seus fiéis com fervor. — Não se pode duvidar das muralhas sagradas!

Os seus fiéis responderam em uníssono, levantando as mãos ao alto, suas vozes ecoando pelo templo. O ar estava carregado de devoção e esperança, enquanto os olhos do pastor brilhavam com uma luz intensa, refletindo a fé inabalável da congregação.

Mas, de repente, seus olhos se arregalaram ao se deparar com uma mulher na janela do lado de fora da igreja. A figura loira, com cabelos longos e olhos penetrantes, o olhava fixamente, como se lesse todos os seus pensamentos. Um calafrio percorreu sua espinha, e seu coração acelerou, batendo com força no peito.

Seu passo vacilou, a memória daquela mulher emergindo com força. Era a mesma que havia visto quando era jovem. Seria uma miragem? Ela estava ali mesmo? O terror tomou conta de seu rosto, e suas mãos tremiam enquanto esfregava os olhos, tentando dissipar a visão. Quando olhou novamente, a mulher havia desaparecido.

Sentiu-se desorientado e vulnerável, o coração ainda disparado. A congregação continuava a rezar, alheia ao tumulto interno do pastor. Ele respirou fundo, tentando recuperar o controle, mas a sensação de que algo sobrenatural havia acabado de acontecer não o deixava em paz.

Do lado de fora, Charlotte abriu um mínimo sorriso, suas feições suavizando levemente com o gesto. Ela caminhava pelas ruas movimentadas, envolta em uma capa que escondia parcialmente seu corpo.

De repente, ela sentiu um leve impacto e parou, sua capa esvoaçando ao seu redor. Uma garota loira, visivelmente mais baixa que si, havia trombado com ela. Charlotte olhou para a garota de relance, seus olhos captando a surpresa e o embaraço no rosto jovem. Sem dizer uma palavra, continuou sua caminhada.

Alguns dias se passaram desde seu sequestro, e Charlotte ainda estava envolta em um véu de incerteza. A angústia de não saber o porquê de terem ido especialmente atrás dela a consumia. Tentou encontrar alguma lógica ou motivo plausível, mas nada fazia sentido. Mesmo quando buscava por informações, encontrava apenas silêncio e rostos confusos. As pessoas ao seu redor, mesmo as mais bem-intencionadas, não conseguiam oferecer respostas. Ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo.

Tudo estava estranho de mais.

— Onde você estava? — Petra perguntou assim que viu a figura loira da mulher pousar a sua frente, segurando as rédeas de seu cavalo e de Charlotte, a preocupação evidente em seu tom de voz.

— Desculpe, acabei me distraindo — respondeu, enquanto retirava sua capa longa e a jogava no chão. Ela pegou a capa verde da Tropa de Exploração e a jogou sobre seu corpo.

Petra olhou para ela com um misto de alívio e desconfiança. — Você sabe que não podemos nos dar ao luxo de distrações agora.

— Desculpe.

Petra resmungou algo inaudível enquanto olhava para o lado, avistando Emma e o restante do pessoal se aproximando, todos montados em seus cavalos.

Charlotte abriu um mínimo sorriso, passando a mão carinhosamente pelo pescoço do animal. O cavalo havia sido seu salvador, e agora, com sorte, ele continuaria com ela, sendo seu fiel companheiro daqui em diante.

— Vamos, pessoal, estamos perdendo tempo! — gritou Hope, a líder decidida da tropa, sua voz firme ecoando no ar.

Charlotte e Petra se juntaram ao grupo, prontos para mais uma missão. O objetivo era claro: reduzir a população de titãs que ainda vagavam dentro da muralha, uma tarefa crucial desde que ela foi destruída quase cinco anos atrás.

O Preço Pela Liberdade • SNKOnde histórias criam vida. Descubra agora