𝐄𝐜𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞𝐝 𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 | Draco Malfoy.

009. O Torneio Tribruxo

"And what the hell are we?
Tell me we weren't just friends
This doesn't make much sense, no"
- Friends (Chase Atlantic)
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- Então, o que faremos agora, gênio? - perguntei com um quê de sarcasmo, cruzando os braços.

Draco olhou em volta rapidamente para analisar toda aquela multidão do campo e em seguida, puxou a varinha de dentro da capa, apontando-a para a uns caixotes cobertos com tecido. Com um aceno rápido, ele murmurou:

- Engorgio.

As caixas aumentaram consideravelmente de tamanho, causando um burburinho entre as pessoas que estavam em volta. Os indíviduos curiosos que vinham atrás pararam justamente para ver o que os outros estavam encarando. Tive que admitir que aquela fora a distração perfeita.

- Isso deve nos dar algum tempo. Agora, é só se misturar. Não vai ser difícil.

Eu arqueei uma sobrancelha, cética, mas antes que eu pudesse protestar mais, ele me pegou pelo braço e começou a me guiar por trás das estruturas das arquibancadas. O frio da manhã de novembro fazia o dia ali fora parecer ainda mais sombrio. De qualquer forma, a maioria dos alunos já havia se sentado nos arredores do campo onde a prova aconteceria, então, com sorte, ninguém nos veria.

Conforme nos aproximávamos de uma área proibida - bem na parte lateral da arena -, comecei a sentir meu coração acelerar.

- Isso não vai dar certo, Malfoy. - sussurrei, me forçando a olhar por cima do ombro a cada dois segundos. - Alguém vai nos ver, e quando perceberem que escapamos da detenção...

- Pare de ser tão pessimista, Elizabeth. - ele me cortou e lançou um olhar impaciente, mas havia uma leveza em sua voz. - Já estamos aqui, não estamos? Então aproveite um pouco. Ou você acha que vai ter outra chance de assistir a uma prova do Torneio Tribruxo assim, de camarote?

Eu não respondi. Por Merlin. Nunca, nem nos meus sonhos mais malucos, eu teria imaginado essa cena se desenrolando dessa forma.

Logo, passamos por baixo de uma grade e caminhamos até chegar na parte mais alta de um pequeno cume, e foi aí que eu entendi o porque o local era proibido: Ali não só oferecia uma visão privilegiada de tudo que acontecia - o que seria injusto, já que nem com feitiços seria possível acomodar todos os estudantes de Hogwarts - como também era definitivamente mais perigoso, pois não havia proteção. Nenhuma.

Draco virou para mim com um sorriso satisfeito no rosto.

- Está vendo? Nada demais.

Eu ainda estava olhando nervosamente ao redor, tentando não surtar completamente com a ideia de Snape ou Filch aparecendo do nada, quando Malfoy se virou para mim com uma expressão mais séria.

- Você ainda acha que isso foi uma péssima ideia, não é? - perguntou, me estudando atentamente.

- Acho.

- Você precisa aprender a ser um pouco mais solta. Só se vive uma vez.

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Faziam trinta e cinco minutos que eu estava sentada na mesma posição, ora me esgueirando para ver quem seria o próximo participante que entraria, ora apoiando a cabeça entre as mãos. Nenhum sinal de Harry.

O primeiro foi Viktor Krum, com um dragão gigantesco, vermelho e brilhante. "Meteoro-Chinês", de acordo com Draco. A primeira tarefa consistia basicamente em conseguir pegar um ovo dourado, os quais os dragões estavam encarregados de cuidarem. O artilheiro búlgaro lidou com a captura exalando maestria a cada movimento, pois terminou a prova em menos de dez minutos e sem sequer um mísero arranhão.