- Bom dia, "Bomba de Bosta". - cumprimentou ele, na manhã seguinte e no momento em que eu pus os pés na sala. Antes que eu pudesse responder, ele já emendou outra frase. - Parece que você dormiu bem. Teve bons sonhos com seus amiguinhos?
Esfreguei os olhos, ainda sonolenta. A imensa xícara de cafeína que eu havia engolido apressadamente ainda não havia surtido efeito, então eu só respondi automaticamente.
- Dá um tempo, Malfoy. É domingo e são sete e meia da manhã.
Então, eu comecei a processar todas as informações.
- Calma aí, do que foi que você me chamou?
- Bem, você sabe... Crabbe e Goyle me contaram o que aconteceu, depois do jantar. Se você ainda tiver alguns poucos neurônios funcionando, não vai precisar de muito para entender.
Ele só podia estar de brincadeira. A última coisa que eu precisava naquele momento era que aquele garoto tivesse qualquer argumento para usar contra mim caso precisasse e me infernizar pelo resto de meus dias com aquilo. Passar por aquela tortura que eu conhecia como "detenção-com-o-menino-mesquinho" já era BEM mais do que o suficiente.
Eu revirei os olhos, cruzando os braços simultaneamente.
- Seus dois capangas que não têm mais nada pra fazer além de vigiar a vida dos outros? Realmente, são um óóótimo exemplo de inteligência.
Draco arqueou uma sobrancelha. Fez um estalo irritante com os lábios e prosseguiu:
- Eles podem não ser gênios, mas estão mais ligados do que você pensa. E, pelo jeito, é você que não está tão atenta assim aos seus arredores, não é? Porque ao contrário, você não estaria aqui.
- Tá... e por que você se importa comigo, Malfoy? Achei que a gente já tinha estabelecido: você me odeia, eu te odeio, e está tudo bem.
Ele deu um passo à frente, agora com um sorriso enigmático no rosto.
- Quem disse pra você que eu me importo?
- Então só me deixa em paz! - eu praticamente cuspi as palavras, e então, virei as costas, tentando parecer focada em organizar os entulhos, mas meus pensamentos estavam muito, muito longe dali.
Odiar Draco Malfoy deveria ser a coisa mais fácil do mundo. Eu sabia fazer isso com maestria desde que eu tinha onze anos de idade, naquele momento específico antes da minha Cerimônia de Seleção em que ele insultou Ron. Eu vira toda aquela cena de perto, e foi então que eu tive certeza de que eu abominava cada pedacinho de seu ser. Ele deu uma risada curta, como se estivesse se divertindo com a minha frustração.
- Que pena, Elizabeth. Achei que você fosse gostar da companhia.
Elizabeth? Ele me chamou de Elizabeth?
- Vá a merda. - eu me tornei a ele bruscamente, encarando-o. - Se a sua ideia de companhia é me insultar e interrogar a cada segundo, então acho que prefiro a sala vazia.
Ele não respondeu de primeira. Apenas continuou me estudando, e eu vi a diversão em seu rosto desaparecendo lentamente.
- Calma aí, esquentadinha. Você acha que é assim tão simples? - ele perguntou, o tom mais sério agora. - Que eu escolhi ficar trancado naquele maldito armário de vassouras com você? Que eu sequer tive opção na hora que eu vim parar nesse... lixão?
Eu não respondi. Ele fez uma pausa, desviando o olhar para o teto. Então, tornou a me fitar, colocou as duas mãos nos bolsos de sua calça e falou:
- Pra você, a gente só... se odeia e pronto?
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𝐄𝐜𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞𝐝 𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 | Draco Malfoy.
FanfictionEm seu quarto ano em Hogwarts, Elizabeth Fawley, uma Grifinória leal e amiga do Trio de Ouro, se vê em constante conflito com Draco Malfoy, seu rival declarado. Entre uma detenção injusta e um encontros inesperados, ela começa a perceber que a linha...