𝐄𝐜𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞𝐝 𝐇𝐞𝐚𝐫𝐭𝐬 | Draco Malfoy.

015. O Conselho

Goodbye, Mr. Perfectly Fine,
How's your heart after breaking mine?
- Mr. Perfectly Fine (Taylor Swift)
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Eu nunca mais queria vê-lo.

Comecei a me afastar, cambaleando com dificuldade. Estava desorientada. Perdida. Fraca.

Senti algo me puxar antes que eu pudesse de fato entrar no castelo. Me virei rapidamente, sabendo perfeitamente que ele continuava andando atrás de mim.

- Você tem noção que eu arrisquei TUDO por você? A que custo? Para eu ser reduzida em uma aposta? Já chega, isso é demais para mim. - protestei.

- Elizabeth, por favor... espera.

Senti um arrepio na espinha ao receber novamente o toque gelado de suas mãos na minha pele. Uma pequena quantidade de fumaça saiu de minha boca, devido ao frio rigoroso da noite.

- Podemos conversar?

Encarei cada maldita parte de seu rosto aristocrático. Seus cabelos loiros, perfeitamente repartidos ao meio. Fitei seus olhos acizentados, os quais eu costumeiramente comparava a nuvens de chuva iminente, e os lábios ridiculamente alinhados, como se fossem desenhados por anjos.

- Eu não quero conversar com você, Malfoy. Me esqueça. - balbuciei, piscando rápido para afastar as lágrimas que ameaçavam cair.

- Isso não é justo. Você não está me dando o benefício da dúvida. - ele disse, segurando meu braço.

- Me solta!

- Não! Não vou te soltar até termos uma conversa decente. - Draco falou, impaciente, mas praticamente implorando.

Dei um passo a frente. Estava, agora, a poucos centímetros de seu corpo. Perto o suficiente para sentir seu hálito quente e fresco acariciando minha face de maneira suave. Fitei-o novamente, dessa vez, com tanta intensidade, que ele engoliu em seco e desviou o olhar por um momento. Não demorou até que o tornasse até mim mais uma vez.

- Quer saber de uma coisa, Draco?

Me desvencilhei. Eu poderia ter dito a ele as palavras mais horrorosas, asquerosas e pesadas que um ser humano conseguiria proferir.

Poderia até mesmo utilizar de um de seus maiores segredos: dizer que ele não era e nunca seria feliz o suficiente para ao menos conseguir conjurar um patrono, porque a única coisa que ele sabia fazer de melhor era corromper todos ao redor dele.

Minhas memórias me levaram de volta até a detenção no final da tarde de um dos finais de semana de novembro, onde ele revelara para mim que não tinha conseguido realizar o feitiço com êxito. Porém, por mais que eu desejasse falar tudo aquilo, o que aconteceu foi um tanto quanto diferente. Pisquei mais algumas vezes, e disse:

- Harry e Ron tinham razão sobre você. Nós... - gesticulei, sacudindo os braços, os intercalando entre eu e ele. - Isso, nunca deveria ter acontecido. E eu deveria ter previsto logo desde o primeiro instante. Você não conseguiria gostarde alguém nem se quisesse.

Vi de relance o choque atravessar em seus olhos. Pude até jurar que vi uma única gota se formando e ameaçando escorrer, mas logo em seguida, concluí que não. Afinal de contas... Ele era insensível. Era uma pessoa ruim, sem sentimentos e sem caráter. Sempre foi. Sempre será.

- Você é o meu maior arrependimento.

Bruscamente, arranquei o corsage de dálias negras que havia ganhado mais cedo dele e atirei contra a neve. Sem dizer mais nada, dei as costas, agarrei a barra de meu vestido, agora, abarrotado, e segui em direção ao castelo.