Capítulo 4: Amargor e Força

25 6 4
                                    

Ninguém iniciou a conversa a princípio. Ambos ficaram de pé, quietamente, quase se esquecendo como falar por um instante. Saengrawi pensou sobre fingir que essa era primeira vez que se encontravam. No entanto, julgando pela expressão de Phraploeng no momento, era claro que a outra parte se lembrava dos eventos daquela manhã.

_Venha comigo.

As palavras da pessoa mais alta, a sua frente, deixaram Saengrawi atordoado. Ele, sendo mais jovem, ficou parado, o que afetou os pensamentos da pessoa de cabeça quente. Com uma mão firme e forte como uma braçadeira de ferro, ele agarrou o pequeno pulso e puxou a força, o levando junto.

Phraploeng ainda não queria que ninguém na casa soubesse que os dois haviam se encontrado antes. O jovem queria tempo para negociar com o garoto primeiro, mas parecia que seu rosto teimoso não iria facilmente cooperar como ele havia esperado.

_Ei. O que você está fazendo, hein?

Quando a pessoa mais jovem resmungou em protesto, foi alto o suficiente para fazer Phraploeng pensar que a pessoa deitada no quarto poderia ouvir. A figura alta até mesmo decidiu usar a outra mão para cobrir os lábios do mais jovem e impedir o barulho.

_Huuum... Huum.

_Quieto. Fique quieto.

Phraploeng não estava ciente do quão aterrorizantes suas ações pareciam para a outra pessoa, especialmente Saengrawi, que não cedia facilmente. O jovem se sentou no chão da casa para prevenir que fosse arrastado por alguém e ele tinha força suficiente para confrontar o perigo.

Phraploeng o empurrou levemente, similar a como alguém iria lidar com algo leve e que pesava como algodão, e ambos entraram num quarto não muito longe do quarto de Prut antes do mais velho fechar e trancar a grande porta.

_O que você está fazendo? Por que você me trouxe pra esse quarto? – a pessoa de boca pequena hesitou por um momento e então imediatamente barganhou por sua liberdade. O garoto de dezenove anos estava cauteloso e seus suaves olhos arredondados o fizeram parecer como um coelho acuado procurando por uma rota de escape... de um inimigo.

A expressão em sua face doce e a linguagem corporal do mais jovem indicavam falta de confiança, o que incitou a pessoa mais alta a parar e manter distância de Saengrawi. Ele permaneceu ereto, alinhou sua coluna e manteve o rosto próximo ao pescoço, evitando contato visual, enquanto seus pés começaram a se mover para trás, criando espaço entre eles.

_Você não perguntou quem eu sou, o que significa que você sabe.

Essa afirmação deixou Saengrawi sem palavras. O jovem estava prestes a responder, mas sua voz desapareceu sem um traço sequer. Saengrawi não era um covarde. No entanto, a situação iminente o fez se sentir como um pequeno peixe preso na boca de um grande predador sem qualquer saída. Suas pernas finas deram alguns passos hesitantes pra trás e suas costas tocaram a parede.

O deixando saber que não havia saída...

_...

_Seu silêncio sugere que você sabe a situação em que estamos. E não me diga que você não sabe sobre o meu retorno à Tailândia. Você foi lá para esperar por mim.

Essa afirmação fez a pessoa que estava pensando sobre encontrar uma maneira de escapar, em ordem de se salvar, pausar. Suas finas sobrancelhas se encontraram em confusão com as palavras de acusação que ele ouviu.

_Você está delirante, por que eu faria isso?

_Você tem certeza... – a pessoa mais velha decidiu ir direto ao ponto principal- Bem, eu o trouxe aqui porque quero negociar sobre nosso noivado.

Depois do Pôr do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora