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oooiiii gente já voltei e gostaria de muito de saber a opinião de vocês sobre a historia . Deixem seus comentários abaixo para que eu possa ler e interagir com cada um de vocês.

PARTIMOS NA ALVORADA COM A JOELHO DE CAMELO, conforme combinado. Eu achava que conhecia o deserto, mas quando vi o sol nascer num céu azul perfeito sobre a longa faixa dourada, entendi que aquilo era diferente. O Mar de Areia era enorme e inquieto. A caravana o tratava como um misto de fera a ser domada e tirano a ser temido. Me senti em casa na mesma hora.

O cenário mudava de um instante para o outro, as areias em movimento me arrastando para baixo de uma duna em um momento e me prendendo no lugar em outro. Algumas dunas pareciam infinitas — não importava o quanto caminhássemos, era como se nunca fossemos chegar ao topo. O vento percorria a região, espalhando areia como estilhaços nos meus olhos e na minha boca, apesar do sheema. Na metade do dia, a paisagem do deserto mudou quando surgiu uma enorme estrutura de madeira no meio da areia, a tinta vermelha e azul descascando com o vento.

— O que é aquilo? — eu perguntei ao Jungkook, protegendo os olhos do sol.

— As ruínas de um naufrágio — ele me contou. E, com a mesma rapidez com que tinha surgido, a estrutura foi engolida pela areia.

Quando montamos acampamento na primeira noite, minha pele estava toda ressecada e meu corpo inteiro doía de tanto andar, mas eu estava feliz.

Havia umas sessenta pessoas na caravana, e mais duas dúzias de camelos carregados de suprimentos e produtos para comércio. A experiência de viagem deles era evidente: moviam-se como uma coisa só, em perfeita harmonia.

— O mar de verdade também é assim? — perguntei ao Jungkook, pegando minha comida e sentando perto dele em uma duna mais afastada do fogo.

Jungkook tinha espalhado um rumor de que eu havia me queimado num incêndio quando criança, por isso tinha vergonha de mostrar o rosto. Soltei o sheema apenas o suficiente para comer.

— O mar não se atravessa a pé. — Ele mexia na comida com um pedaço de pão queimado.

— Então o que os marinheiros fazem o dia inteiro? Ficam de bobeira perdendo a forma física? — Dei um cutucão na barriga dele, que era puro músculo. Como um idiota, fiquei contente quando ele riu.

Antes que pudesse responder, o velho Daud levantou a voz perto da fogueira.

— Sentem-se, crianças, vou contar uma história. — Ele tinha uma voz profunda como a noite do deserto, rápida como o fogo. Era uma boa voz para contar histórias.

— Quem sabe ele não te explica direito a história de Atiyah e Sakhr? — Jungkook sussurrou. Eu sabia que ele estava falando o nome errado só para me irritar.

— Talvez ele devesse contar a história do forasteiro que abusou da sorte — sussurrei de volta.

— Nos primórdios do mundo — começou o velho Daud —, Deus olhou para a terra e decidiu preenchê-la. De seu próprio corpo de fogo, criou os imortais. Primeiro os espertos djinnis, depois os rocs gigantes, que cruzavam os céus de um pico de montanha ao outro, e então os buraqis selvagens que atravessavam o deserto.

— Será que Deus pode me salvar de ter que ouvir essa história de novo? — uma garota disse, me surpreendendo ao desabar na areia entre mim e Jungkook. Eu já sabia quem ela era: Yasmin, filha de Parviz, a princesa da caravana.

Isra, sua avó, passou por mim e deu um tapa na nuca de Yasmin, fazendo a trança dela saltar sobre o ombro.

— Fica quieta e presta atenção, princesa Boca Suja. — Aquele nome também combinava com ela, suponho.

O REBELDE DO DESERTO(Taekook💜)Onde histórias criam vida. Descubra agora