Capitulo 9

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a cor verde

Rhaella acordou num susto, seu corpo inteiro tremendo enquanto o coração batia acelerado. Havia um som estranho no quarto, um ruído sutil, quase inaudível, mas que fez seu sangue gelar. Sentindo um frio percorrer sua espinha, ela rapidamente varreu o ambiente com os olhos, tentando identificar a origem daquele som. As cortinas balançavam suavemente, refletindo o brilho prateado da lua que se infiltrava pelas janelas entreabertas. Por um momento, ela pensou que tudo aquilo não passava de um sonho. Tentando acalmar-se, ela respirou fundo, fechando os olhos e se deitou novamente, afundando a cabeça no travesseiro macio. "Foi só um sonho", ela pensou, tentando convencer-se de que nada de ruim estava prestes a acontecer.

No entanto, assim que sua cabeça tocou novamente o travesseiro, uma sensação estranha a invadiu, uma mistura de pavor e desconforto. Antes que pudesse sequer processar o que estava acontecendo, sentiu algo frio e rígido pressionando sua boca, abafando qualquer tentativa de grito. Suas mãos se moveram instintivamente para empurrar o que quer que fosse, mas se depararam com uma força implacável que a mantinha imobilizada. O medo agora a dominava completamente, seus pensamentos embaralhados enquanto tentava desesperadamente se libertar.

Rhaella se debateu com todas as forças, sentindo suas unhas rasgarem a pele do desconhecido que a subjugava, mas a força do agressor era sobre-humana. Sua visão começou a escurecer, mas antes que tudo ficasse completamente preto, ela sentiu uma pancada violenta na cabeça. Uma dor lancinante tomou conta de sua mente, e, por um breve segundo, viu a escuridão tomar conta de sua visão, como um véu que se fechava lentamente.

O som da porta sendo aberta com violência ecoou em seus ouvidos como um trovão distante, e então, por um instante, tudo parou. Um brilho verde, ofuscante e intenso, preencheu sua visão. Ela tentou focar, tentar entender o que estava vendo, mas a cor verde era tudo que conseguia distinguir. As luzes pulsavam em sua mente, como se fossem vivas, uma presença que ela não conseguia definir.

E então, o silêncio.

A escuridão tomou conta de sua consciência, e Rhaella foi tragada para um abismo profundo, onde sons, cores e formas desapareceram completamente, deixando apenas o vazio e a sensação de estar caindo eternamente. A última imagem que sua mente conseguiu processar antes de sucumbir foi a da porta, escancarada, com uma luz verde sobrenatural banhando o quarto em seu brilho fantasmagórico.

Horas, ou talvez minutos, se passaram até que Rhaella lentamente começasse a recobrar a consciência. Sentia o corpo pesado, como se estivesse sendo puxada para baixo por mãos invisíveis. A dor na cabeça era insuportável, e o gosto de sangue enchia sua boca. Lentamente, tentou abrir os olhos, mas não conseguia. Tudo estava turvo, e as cores misturavam-se em borrões incompreensíveis. O silêncio era ensurdecedor, mas aos poucos foi se quebrando por um som baixo, como um sussurro distante.

— Ela está acordando... — uma voz desconhecida murmurou, ecoando nas sombras.

— Calma, não faça nenhum movimento brusco. Ela ainda pode estar confusa — outra voz respondeu, firme, e que ela conhecia muito bem porém não conseguia distinguir

Rhaella tentou mover-se, mas seus músculos não respondiam. Era como se estivesse presa em um pesadelo, onde cada movimento era impossível. A dor, no entanto, era muito real, latejando em sua cabeça com uma intensidade que fazia seus olhos lacrimejarem.

— Onde... onde estou? — Rhaella conseguiu sussurrar, sua voz fraca e quase inaudível.

As sombras ao redor começaram a se mover, e então, uma figura surgiu em seu campo de visão, porém ela não enxergava nada além de uma sombra e o escuro... e a cor verde... a mesma que Rhaella tinha visto antes de tudo se apagar.

— Você está segura agora, Rhaella — disse a mulher, com uma voz que soava como um eco distante, mas ao mesmo tempo reconfortante. — Ninguém vai te machucar aqui.

Mas as palavras da mulher não acalmavam o turbilhão de perguntas que explodiam na mente de Rhaella. E apenas outra pancada em sua cabeça a fazendo desmaiar novamente.

LOML • Jacaerys VelaryonOnde histórias criam vida. Descubra agora