Capítulo 9

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Gabriela Santos

Assim que abro meus olhos sou recebida por uma mobília sostificada. Evidentemente não estou na minha casa e o susto me pega quando lembro a última pessoa que estava comigo. Sento na cama mais confortável que já estive na minha vida, dando de cara com um João dormindo em uma poltrona em minha frente. Puta que pariu. Ele estava sem camisa e seu cobertor estava no colo. Eu olho para meu corpo encontrando minha camisa mas não minha calça. Porra porra porra.

As memórias tomam minha cabeça e me arrependo de ter bebido na presença desse predador que era o João. Todo erro foi meu, eu não só mostrei que o passado ainda me afetava como estava claro que odiava minha vida atual. Puta que pariu. Agora ele sabe que depois de me encher de chifre, ainda me tornei a ex fracassada dele. Mas não é só essas memórias que me pega, me lembro da dor que vi em seus olhos quando disse que o amava muito. Aquela dor que eu só tinha visto algumas vezes nos olhos dele.

—Bom dia, Gabriela.—sua voz rouca revebera pelo quarto e meus olhos vão pra ele.

—Bom dia, João.—minha voz sai em um sussurro.

—Você tá com fome? Pedi a pizza que você pareceu amar ontem—ele sabia jogar comigo, cachorro.

—Eu vou comer uma fatia e vou embora.—Levanto determinada e os olhos do João desce para minha cintura banhados de luxúria. Me enrolo no coberto na mesma hora.—Foi você que tirou?—perguntei cruzando os braços.

—Foi você que pediu, o botão estava te machucando.—ele diz e eu evito discutir porque tenho quase certeza que pedi mesmo. Ele caminha na minha frente e eu vou atrás.

—Eu vou pegar um vestido das minhas primas pra você.—ele diz e sai entrando no quarto ao lado. E me dando um vestido cheio de rosinhas. Era muito delicado. Eu entro no quarto novamente, me troco e então desço as escadas a procura do João. A pizza estava servida na mesa e João SEM CAMISA estava buscando refrigerante na geladeira. Quando ele coloca na mesa e se senta, parece doméstico demais pra mim.

—Que horas são?—pergunto porque não sei onde meu celular foi parar.

—Já vai dar um da tarde.—ele diz simples, levando a pizza na boca.

—Meu Deus.—Me assusto.—nunca dormi tanto—resmungo

—Você bebeu uma garrafa de vinho sozinha ontem, linda, faz sentido—ele diz bebendo seu refrigerante e eu levo aquela pizza deliciosa a boca novamente.

—Olha, eu sei que agi feito idiota ontem, mas não quero que isso faça você achar que sou uma funcionária incapacitada.—vou logo me explicando porque tudo que eu não preciso é de uma demissão.

—Você está fora do seu horário de trabalho, mulher, não me meto assim na vida dos meus funcionários.—ele diz simples e eu concordo.

—Desculpa por ter trazido assuntos antigos.—falo baixo e ele me olha fixamente e então concorda.

—Merda, hoje é domingo. Tenho que visitar uma casa para aluguel.—Eu falo engolindo mais um pedaço e me levantando.

—Onde fica? Eu te levo—pergunta levantando ao mesmo tempo que eu.

—No Vidigal. Perto da Giovanna e longe do André.—eu revelo. Eu queria mesmo me mudar o mais longe possível dele, depois de ontem ainda mais. Ele literalmente disse que sentia vontade de matar.

—Você não quer mesmo voltar com ele?—ele questiona e dou risada, se ele soubesse o motivo ficaria muito feliz.

—Ele me chamou de puta e ainda me mandou sumir da vida dele. Acho que nem se eu quisesse e eu evidentemente não quero.—conto exasperada.

O advogado da facção [FACCIONADOS 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora