Capítulo 10

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João Ricardo.

Eu almocei na casa da família da Gabriela. Dez anos depois de tudo que aconteceu, os pais dela ainda me adoram e eu confesso que também gosto bastante deles. A gente comeu enquanto a Gabriela me encarava de olhos cerrados toda vez que surgia a necessidade de falar do passado. Ela com toda certeza não me perdoou e eu não a julgo, não sei se faria se estivesse em seu lugar. Seu pai me chamou de canto depois e disse a seguinte frase: “Olha cara, eu gosto de você. Gosto mesmo. Acho que dentro do comando em liderança você é um dos melhores. Mas essa é minha filhinha, eu a peguei no colo quando ela não tinha nem os ossos inteiros e prometi dar minha vida por elas. Eu deixei passar o que você fez a primeira vez porque você era jovem, um garoto. Mas se você voltou para quebrar o coração da minha menina, eu vou matar você antes que faça.” eu acho admirável um homem que preza por sua família, principalmente nas circunstâncias que temos. Então apenas concordei e aceitei aquela ameaça direta.

Mas agora caminhando nos corredores do presídio, não era isso que estava na minha mente. Confesso que contei todos os malditos dias até aqui. A visita que eu tanto esperava para fazer para o André. A semana passou lentamente dessa vez, só para que eu tivesse mais ideia de como torturar um filho da puta na cadeia, primeiro eu mandei que uns cara o pegasse de jeito e então eu o queria cara a cara comigo. A ameaça ainda continuava como ameaça, André não tinha agido sobre isso mesmo com seu telefone em mãos. Eu não o impediria, por mais que eu soubesse que aquilo não tinha pé nem cabeça, já avistei a Gabriela conversando com sua irmã sobre isso no telefone e ela não tava bem sobre isso.

Falando em Gabriela, ela aprendeu rápido como lidar comigo, ela sempre passa minha agenda pelo whatsapp pela manhã, como eu prefiro e durante o dia sempre me lembra dos eventos mais marcantes. Ela também me avisa quando alguém relevante me liga, e responde todos os meus e-mails em tempo recorde, ela é a minha melhor secretária anos luz e é um problema e tanto porque sua inteligência me dá tesão. Estou vivendo de punheta duas vezes no dia, às vezes três quando ela vai de saia trabalhar. Dispenso o assunto Gabriela assim que vejo André caminhar pela porta com o policial.

—Bom dia, doutor.—o policial me comprimenta

—Bom dia.—digo na sequência que ele sai da sala deixando o André ali.

—A Gabriela te avisou?—ele diz com um sorriso sarcástico.

—Que você é um filho da puta? Sim, ela disse no momento que botei ela na cama—ele fica vermelho levantando do seu lugar.—Como você é estúpido. Você acha que se eu estivesse com ela, eu lembraria de te visitar?—é minha vez de rir sarcástico

—Eu vou te dar um aviso, João. Fique longe dela e eu desisto do aviso geral.—assim que ele senta eu pego sua cabeça e bato contra a mesa, ele urra e eu o puxo pela camisa para me encarar.

—Eu deveria matar era você por marcar a porra do braço dela, então não encha a minha paciência, animal.—Os olhos dele são de pura vingança para mim, bom.—Eu não estou me justificando para você, se você conhecesse a mulher que tem sabia que nem se eu implorasse para foder ela, ela aceitaria.

—Ela saiu do seu carro, foi para seu escritório, não sou idiota, seu comédia—ele cospe irado, sangue escorrendo de sua testa.

—Eu a teria fodido em todos esses lugares, mas ela não aceitaria.—zombo e ele tenta se soltar das algemas, como um cão raivoso. Eu pego meu lenço, limpando sua testa.—Em quinze dias você está livre. Talvez essa seja minha verdadeira chance com ela, quando você sair daqui e ela não ter mais pena do seu fracasso.—digo me levantando.

—Você se acha intocável não é?—ele rir, minha sobrancelha se ergue—Quero ver seu rosto quando sua casa cair.—ele dá risada.

—Talvez em dez anos. Agora se for chamar o aviso geral, faça com que aconteça depois do aniversário da minha sobrinha, não quero ter o desprazer de te matar antes disso e estragar a festa.—eu falo levantando e chamando a polícia.

O advogado da facção [FACCIONADOS 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora