O advogado da facção [FACCIONADOS 1]

Capítulo 11

Gabriela Santos

A coisa estava caótica, tinha três caixas de docinhos na minha mão enquanto eu ainda segurava os saltos da minha sobrinha na outra. Isso sem contar minha mochila lotada de coisas. Mais uma vez a moto Uber se recusou a subir o morro e eu que lute pra subir tudo andando. Esse caos se chamava aniversário de Valentina e coloca caos nisso e ainda nem era metade do dia.

—SENHOR JESUS CRISTO! PAREM DE BRIGAR—é a primeira coisa que eu escuto aos berros assim que chegou na porta da casa da minha amiga. Pingando de suor e com certeza vermelha do sol. Bato na porta.

—NÃO VAI TRAZER ESSE VACILÃO PRO SEU ANIVERSÁRIO, OUVIU, VALENTINA? ISSO NÃO É NEM UMA OPÇÃO CARALHO.—Russo grita enquanto eu ainda encaro a porta. É estranho russo falar nesse tom com a minha sobrinha, então a preocupação me preenche, me fazendo bater mais forte na porta depois de soltar a bolsa com o solta dela.

—PAI MAS É O MEU ANIVERSÁRIO! EU ESCOLHO QUEM EU QUERO PRESENTE.—ela argumenta enquanto eu bato mais forte na porta. Finalmente alguém me permite entrar.

—Ih tia, chegou na hora errada, sem caô.—o maloqueirinho me diz assim que abri a porta. Ele pega as caixas da minha mão como se fosse um adulto.

—O que tá acontecendo aqui em? Que gritaria—entro encarando o russo em pé de braços cruzados em uma expressão de pouca conversa. A Lorena está do lado da Valentina, com uma expressão raivosa enquanto ela chora.

—Eu já dei o papo, não vou mudar minha ideia, estamos entendidos?—ele pergunta e Valentina com os olhos no chão simplesmente concorda. Russo sequer me encara quando sai disparado, puto da vida de casa.

—O que aconteceu, cara?—me aproximo das meninas.

—Gui, vai lá pra cima jogar um vídeo game, garotão?—ele encara a Valentina e depois a mãe.

—Eu já entendi a situação, cara. Ih valen, melhor cê ir na dele—ele aconselha como um mini monge e segue as instruções da mãe. Enquanto uma Valentina chorosa desfalece no colo da sua mãe em lágrimas.

—Abre essa boca, Lorena, o que o filho da puta do russo disse pra ela no aniversário da garota?—pergunto irritada e tendo pensamentos agressivos sobre o marido da minha amiga.

—Valentina convidou alguém que ela gosta. Russo descobriu e não gostou nada disso.—ela diz acariciando o cabelo da filha—É que no final, ele quer proteger ela. Valentina tem essas pernas longas e pouse de mulher, mas ela é só uma garotinha.—ela beija os cabelos da filha.

—Eu não sou uma garotinha. Da minha idade você já estava fugindo com o papai, ele sabe disso então porque simplesmente não me deixa chamar quem eu gosto? Eu…ele nem sabe que eu sequer gosto dele.—ela bufa—Como vou explicar pra ele que agora ele não pode mais vir?—perguntou ela me encarando pela primeira vez.

—Quem é esse primeiramente?—perguntei

—Caleb.—meus olhos arregalaram.

—Caleb…do comando?—minha amiga consente com o olhar tomado de preocupação.—Jesus, Valentina.—Sento-me do seu lado. Olha, eu não conheço esse menino muito bem, acho que vi ele umas duas vezes em eventos da facção. Mas a fama dele é terrível. Dizem que ele tortura pessoas por dias e que limpa uma cidade na base do tiro se assim ele achar prudente. Não faço ideia de como uma menina doce como a Valentina se sente atraída por ele.

—Por favor, eu tô cansada dessa merda! Se vocês forem me julgar como meu pai eu prefiro que me deixem sozinha—ela explode.

—Valentina ele é um assassino.—Lorena argumenta e muito mal.