Capítulo 7

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Gabriela Santos.

Se um dia alguém me pegasse na rua e dissesse que eu não só veria João de novo como eu também estaria trabalhando no escritório de advocacia DELE eu mandaria essa pessoa se tratar. Depois do nosso término mais que conturbado, eu fiz da minha religião odiar o João tanto quanto o diabo odeia a cruz. Confesso que funcionou por um tempo. Mas não tanto tempo como eu esperava. Só de lembrar de como meu relacionamento com o João mudou tudo pra mim, me machuca. Com 17 anos eu jurei a mim mesma que nunca mais deixaria o João tocar em mim. E mesmo que em alguns momentos aquilo tivesse me matado, eu segui firme minha promessa.

Agora dez anos depois, enquanto olhava ele pela janela do escritório que era dele, eu nem me recordo da minha promessa enquanto o observo trabalhar tão focado. O João que eu conhecia parecia ter desaparecido e esse novo João parece bem mais frio do quê o moleque engraçadinho que um dia roubou um beijo meu no baile. Eu me perguntava se ele ainda era mulherengo ou se ele ainda gostava de conversar com garotas enquanto namorava. Mordo meus lábios tirando esses pensamentos. Ele agora é meu patrão, não posso odiá-lo por ter me traído quando a gente era adolescente para sempre. Quer dizer, eu faço, mas não vou mostrar.A porta a minha frente abre e uma moça simpática entra por ela com uma bandeja de café na mão.

—Cafézinho, Senhora?—ela pergunta e eu dou um meio sorriso concordando.

—Você leu meus pensamentos e por favor, me chame de Gabriela, estou tendo minha primeira crise do pré trinta—ela dá risada e deixa o café em minha mesa, eu beberico enquanto a vejo sentar na cadeira a minha frente.

—Valentina morre de falar de você, diz que você é a tia mais divertida—ela diz e eu tusso uma risada.

—Ela mentiu, a tia mais divertida é a Giovana, mas eu sou a tia que apoia mais merda então deve ser esse o motivo do carinho.—conto pra ela que dá uma risada.

—Está pronta para aturar o diabo mau humorado?—ela diz em um tom simpático, acho que ela é próxima do João mesmo com o apelido prejorativo.

—Não sei não, ele costuma ser difícil todos os dias ou alguns?—pergunto com um sorriso.

—Todo segundo. Já o mandei arrumar uma esposa, sabe o que ele fez? Ameaçou me despedir—arregalo os olhos, que isso, agora ele é um tirano?—Não se preocupe, ele faz essa ameaça a três anos consecutivos, mas me adora demais para isso. Ele ameaça a Valentina também e a Victoria quando ela aparece em sua casa sem ser convidada.—Minha mente é tomada com memórias, a menininha pequenininha que era a Vic quando eu e João estávamos namorando.

—Deus, a Victoria está bem? Ela cresceu?—a mulher morena a minha frente ergue as sobrancelhas.

—Você conhece ela também? Achei que o João evitasse que suas primas tivesse contato com sua vida profissional—ela diz e eu que não vou contar que a conhecia desde que criança porque éramos namorados e eu vivia na casa dele com sua tia e primas.

—Ah, João e eu nos conhecemos mais novos. Conheço elas dessa época. E a Valeska, Está bem também?—pergunto e a mulher dá uma risada.

—Se bem você quer dizer destruindo o mundo, sim, estão ótimas. Elas vão matar o doutor João qualquer dia, mas ele não confessa como ama essa dinâmica.—ela diz e eu guardo uma risada, a vida do João é cercada por mulheres e adolescentes, que fofura.

—E sua tia?—pergunto com receio de ouvir alguma notícia negativa.

—Está ótima. Ela abriu um restaurante em Copacabana, é um sucesso, podemos marcar de ir qualquer dia lá.—julia diz se levantando—Agora vou indo se não o doutor João é capaz mesmo de me demitir.—ela diz com um sorriso que diz que mostra que o receio dela não passa de drama.

O advogado da facção [FACCIONADOS 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora