Capítulo 8

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João Ricardo

Era a terceira fatia da Gabriela. A cada mordida um gemido satisfeito soava de sua boca, mas pergunta se meu pau estava ligando se era pra pizza que ela gemia.

—Isso é muito bom, João—ela solta como uma criança que provava seu sorvete favorito.—Merda, você destruiu minha vida! Como eu vou bancar esse gosto caro agora?—ela pergunta em um misto de indignação e desejo.

—Vou te enviar uma todo mês que você sobreviver como minha secretária.—proponho com as mãos em cima da mesa, a centímetros do braço dela que descansava ao lado do prato enquanto ela bebericava seu vinho.

—Isso é muito fácil, você nem sequer dá trabalho. Claro, o telefone toca muito, mas eu já entendi que você é muito relevante nesse mundo dos negócios—ela diz e eu abro um sorriso.

—Não tanto quanto eu gostaria, mas estou satisfeito por hora.—eu falo abrindo alguns botões da minha camisa. O local era climatizado e ainda assim não vencia o calor do Rio.

—Você deveria, seus filhos vão ser riquíssimos—ela diz terminando o terceiro pedaço de pizza.

—Você sabe o que eu penso sobre filhos.—minha cabeça me leva para um João com sete anos e expulso aquela memória de mim. Nem mesmo ela sabe disso.

—Acho uma bobagem, eu sei que você seria um ótimo pai desde que eu era adolescente—ela diz, pelo visto as duas taças de vinho que ela tomou como se fosse água está fazendo efeito.—Quando você terminar, a gente pode ir na praia?—ela perguntou olhando o mar uma rua de onde estamos. Adoro a inocência que nasceu em seus olhos no momento em que o vinho derramou alguma das suas barreiras. Me lembra antes.

—Claro.—eu digo.—Mas nada de se jogar na água, você só tem essa roupa—ela bufa como a mimadinha que ela sempre foi.

—Claro que eu não vou molhar seu carro, imagina só, ser demitida e perder minhas pizzas, não obrigado—ela diz levando a taça à boca.

—Gostou mesmo do vinho, né?—pergunto, as linhas da minha boca se curvando em um meio sorriso.

—Também é o melhor que eu já tomei, parece um suco.—ela diz bebericando ainda mais.

—Sabe João, o tempo passa mas ainda é diferente quando estou com você.—ela solta olhando para as janelas onde uma onda parecia quebrar a distância e só sei disso porque estou fixado nos seus olhos e acompanho um reflexo. Meu peito aperta, porra. Ela não pode fazer isso comigo.

—É que eu sou um gostoso, linda, as coisas não mudam tanto assim—brinco porque aquele outro caminho é perigoso, Gabriela bêbada vira uma garotinha curiosa demais.

—Não, eu estou falando de como o tempo não parece passar enquanto falamos bobeira—seus olhos voltam pro meu, antes de fugir outra vez—Olha, o sol está se pondo. Vamos ver—ela diz levantando e pegando sua taça de vinho, dou risada porque ela não parece estar negociando para soltar.

—Espere um pouco aqui, Gabriela, vou falar com o garçom.—eu digo e ela senta novamente.

—Você pode pedir pra levamos esse vinho?—ela pergunta e eu bufo uma risada concordando. Vou até o balcão e aviso que estou levando a taça e quero o vinho. Pago o vinho e a taça e ainda dou uma gorjeta pra ele. Assim que me ver caminhando com a garrafa de vinho para sua direção, ela levanta pegando sua taça e a minha. Ela não fala nada enquanto atravessamos a rua e caminhamos na areia da praia.

—Você parece o exterminador do futuro caminhando na praia de terno.—ela diz com um sorrisinho.

—Talvez eu seja e vou exterminar você.—Eu digo com uma piscadela.

O advogado da facção [FACCIONADOS 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora