🫐 • 04 • behind blue eyes 🫐

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But my dreams, they aren't as empty

As my conscience seems to beI have hours, only lonely

My love is vengeance

That's never free

Behind Blue Eyes – Limp Bizkit

PS: Comentários e votos deixam a autora saltitante. Não tenham dó de presenteá-la. Acho que ela merece(?)

Tenham uma boa leitura...

ATENÇÃO: ESSE CAPÍTULO PODE CONTER GATILHOS PARA LEITORES MAIS SENSÍVEIS, FAVOR PAUSAR OU ABANDONAR A LEITURA, CASO NECESSÁRIO.

-x-

O assovio terrificante da forte corrente de ar transpassava pelo cômodo silencioso, a ventania gélida em toda sua fúria levantava a majestosa cortina que buscava cobrir a janela da biblioteca da Mansão Wyncaster, levando-a uma dança sinuosa, e em consequência fisgando a atenção do homem que empunhava um livro em mãos recluso ao divã acolchoado paralelo à uma das imensas prateleiras que contornavam três das quatro ampliadas paredes daquela considerável sala.

As orbes cansadas de Louis, piscaram lentamente pelo cansaço, antes de desviar o foco da janela para o notável quadro que tomava a única parede livre de estantes do local. A moldura dourada e cravejada por pedras preciosas, denotando todo o poder que o homem retratado possuíra um dia, e acariciando seu ego em vida. Os mesmos olhos, aquele formato distinto perpassado para si, as pálpebras suavemente caídas e pequenas. O olhar hortensiano e semicerrado inteiramente decidido, aquele que muitos vezes o intimidara em sua infância e adolescência, mas que hoje na fase adulta, utilizava-se da mesma artimanha sem nem mesmo perceber, intimidando outros com seu foco sombrio.

A face de Benjamin Tomlinson assombrava aquele cômodo, do mesmo modo que aterrorizava Louis Tomlinson.

Mas ainda sim, a única companhia que um dia ostentara sangue e vida naquela morada colossal e solitária, e que agora ocupava a área que utilizava para descanso ou ao menos tentava fazê-lo. Marie em todo seu corpinho inanimado estava repousando na ponta adjacente do estofado, ela já trajava seu pijaminha, uma encantadora camisola com pequenas flores coloridas desenhadas contra o tecido de algodão, uma gola em babado godê em renda branca emoldurava seu pescoço fino e leitoso trazendo um ar de elegância ingênua.

A maleta com suas roupas estava próxima ao móvel, e o magnata já tratou de separar a roupa para o domingo, deixando o vestuário acima de todos os outros para que fosse fácil de encontrá-lo amanhã.

Eles combinariam em suas vestes da Burberry.

Tal pai, tal filha.

Tomlinson suspirou insatisfeito, havia se acostumado com a companhia ansiosa de Harry, mesmo que eles não trocassem muitas palavras durante o expediente, apenas as pequenas conversas e correções que aliviavam o sentimento de solidão de Louis, o levando por vezes até a se abrir despretensiosamente, mas o exílio pessoal sempre voltava a consumi-lo durante os fins de semana, abandonado... Era assim que ele se sentia naquele momento sem a presença cativante do jovem e o rascunhar decidido de seus apetrechos, ou então seu belo rosto.

Em Paris, havia optado por viver em um apartamento, ele não era nem de longe tão ostentoso quanto a mansão de sua família, apesar de se tratar de uma cobertura, mas, ele finalmente era um lar... Mesmo que o silêncio imperasse, mesmo que fosse novamente apenas ele sua querida boneca e a tão conhecida introversão, aquele lugar que se mostrou acolhedor escutou e vivenciou muitos momentos que agora, no canto mais profundo de sua mente observava com saudades.

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⏰ Última atualização: Sep 01 ⏰

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