CAPÍTULO 39 - UM PASSEIO PARA LÁ DE LOUCO

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JENNY

Acabei me atrasando porque a professora de história quis falar comigo depois da aula, as meninas não paravam de me mandar mensagens dizendo que já estavam me esperando e eu meio que agora andava bem rápido para recuperar o tempo perdido. Sorte que a tia April nos levaria até o festival mexicano numa cidadezinha ao sul, eu e as garotas passamos os últimos dias animadas com isso, e até mesmo ela nos disse que sempre teve vontade de ir. Era como uma festa de rua, tinha carros alegóricos, comidas típicas, músicas ao vivo e eu estava mais ansiosa pela pinhata. Sempre tive vontade de bater naquela coisa, sendo uma vontade estranha ou não.

Um pouco distante da entrada do colégio, estacionado em frente à calçada, vi o carro da mãe de Melissa. Eu só ajeitei a alça da mochila no meu ombro e comecei a caminhar até lá, ao me aproximar vi que todas já estavam lá dentro, só me esperando mesmo, mas também tive a infelicidade de ter que passar pelo Brian de agarramento com a loira de farmácia da Felícia Blunt, já que eles estavam bem próximos do carro. Eu nem sabia que ele tinha começado a sair com essa garota, péssimo gosto devo dizer, mas os dois bem que se mereciam, eram fúteis igual, ele não tinha muito sacrifício de ter o que aturar sobre ela se ela também tinha que aturar sobre ele. Líderes de torcida e jogadores de futebol estavam no mesmo nível. Sei que eu excluía as minhas amigas e a capitã dessa lista, mas o resto, era só resto mesmo.

Bem, eu só passei direto pelos dois e fui abrindo a porta traseira do carro assim que a alcancei. As meninas estavam espremidas lá dentro, Hanna no colo de Alissa num canto da janela, e Melissa no colo da Nath no meio, mas todas estavam bem animadas, sorrindo em meio ao desconforto. Como não ficariam? Estávamos indo até o festival mais falado do ano, não tinha como a animação ir embora por nada.

Tia April buzinou, para avisar ao estúpido do filho que já estava indo, ou sei lá, e eu fui me sentar no único lugar vago naquele carro, mas nem tive tempo de fazer realmente, já que uma voz insuportável chegou nos meus ouvidos.

— O que pensa que está fazendo? Pode saindo. — Brian me encarava parado em frente a porta do carro que eu ainda nem tinha conseguido fechar, por culpa dele, claro. Ele com toda certeza sabia que a mãe dele nos levaria até o festival, estava se fazendo, só pode.

— Me sentando em uma vaga do carro para que sua mãe nos leve ao festival? — respondi ironicamente. Ele não deveria nos fazer perder mais tempo, já chegaríamos em cima da hora saindo daqui agora.

— Eu vou sentado aí. — Brian disse, e aquilo realmente me chocou. Primeiramente, desde quando ele ia? E segundamente, será que ele estava cego que não via que não existia mais nenhuma vaga naquele carro?!

— E eu vou aonde? Na sua cabeça? — fui sarcástica. Não era justo ele ter tirado logo o dia de hoje para me infernizar. Por que não voltou para casa, sei lá, a pé!

— O teto do carro não seria má ideia. — ele rebateu, e isso me fez perder a paciência. Hoje era só para ser um dia animado, mas o Brian estava estragando tudo.

— Crianças, entrem logo no carro. — tia April disse impaciente por causa do horário. Todas as garotas nos olhavam, inclusive ela. Pensei que tivessem guardado o meu lugar, mas se já sabiam que o Brian também viria aqui, então tinham sido muito sacanas comigo.

— Como vou entrar se esse estúpido disse que vai aqui, não tem lugar para mim. — bufei, e pensei em sair logo do carro. Eu até que tinha me sentado antes de ele aparecer, mas era só na pontinha do banco, meus pés ainda estavam pendurados para o lado de fora. O carro era da mãe dele e Brian não cederia o seu lugar por mim. Que todos fossem de uma vez então, eu ficaria para trás. Minha felicidade tinha ido para o ralo em segundos, eu deveria parabenizar o Brian depois por esse novo feito, era um record.

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