Capítulo 10: à carga;

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— Depois que Mike estiver instalado lá dentro, ganhando a confiança do nosso cofrinho, vamos para o segundo passo.

Apontei para Felipe a mesa.

— vou conversa com um amigo, que é sócio de uma empresa por aqui, a empresa está ganhando bastante espaço. Será nossa porta de entrada.

— e como vamos negociar, sem ter dinheiro? — Benjamin pergunta e vejo Felipe me olhar.

Observei Mike que começava a entender do que eu estava falando.

— com a aparência.. — o japonês fala como se contasse a se mesmo.

Execução:

— trouxe o cartão?

Falei pra Mike que estava sério, mas logo quando chega perto de mim abre um sorriso orgulho, ele colocou o cartão entre os dedos me mostrando e eu comemorei pegando ele.

— 10 mil. — ele fala se gabando por conseguir negociar. — foi difícil fazer ela pedi um cartão. Sabia que ela só pagava as coisas com dinheiro em espécie?

— mas o seu chame derreteu o coraçãozinho bondoso dela. — falei e vi ele ir para o computador, abrir o site do banco e com o cpf que tinha em seu cartão logar, logo em seguida. — você convenceu ela a tirar o que?

— uma coisinha — ele rir.

Com o dinheiro que tiramos, investimos de início em algumas roupas, uma semi joia e um carro alugado. Também usamos para pagar os celulares descartáveis e notebooks.

Reunião:

— eles não podem saber o que estamos comprando, o que estamos fazendo e onde estamos. No mundo em que estamos, tudo está sendo movido pela a internet, registrando nossos dados, contando nossos passos para onde formos. — falei chegando perto da mesa que eles estavam. — alguém dá o palpite de como eles fazem isso?

Perguntei secando os homens, eles pareciam ter dúvidas em suas expressões.

— Algum palpite, policial? — perguntei, mas em seu semblante já tinha uma certeza do que eu iria falar.

— três letras? — ele cantarola o que fez Felipe e Mike rirem.

Cheguei perto do quadro onde eu estava antes, balançando a cabeça e pegando a caneta para anotar.

— C.P.F...— falei cada letra com uma parada dramática, colocando as letras do quadro.

— hoo, o que o cpf tem haver com isso tudo. — Felipe perguntou cruzando os braços intrigado.

— O cpf, meu querido Felipe, é simplesmente o nosso rastreador manual. — falei fazendo sinal com a minha mão solta. — ele registra tudo o que estamos fazendo! Só abrimos conta de banco com ele, consultamos nossa vida financeira, limite de cartões de crédito, para ser admitidos em emprego registrados ou não registrados também é com ele. Até a certidão de Óbito!

Falei chegando perto o suficiente para olhar para os três homens separadamente.

— uma comprinha no mercado e o seu cpf está lá, uma ida no cinema ele está lá, até se for em um hospital adivinha? Ele está lá. Tudo, absolutamente tudo é movido com o cpf, é o que comprova aonde estávamos, o que estávamos fazendo, hora e data exata. Não somos, Luna, Felipe, Michel ou Benjamin, somos números no sistema.. você é um número, você é um e você é um.

Todos se olharam pensando no que eu acabei de falar, como se caísse a fixa apenas agora. Tudo o que eu disse é a mais pura realidade de um ser humano, como somos tão alienados quem nem percebemos, e se parar para pensar, está ficando cada vez pior.

Lavagem de ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora