Como assim o risco é maior que a segurança que desfrutamos? Você está bêbado, Jungkook? — Namjoon tomou outro gole generoso da cerveja, que estava menos gelada do que gostaria, mas a companhia agradável compensava.
— Mas é sério, qualquer coisa a gente tá muito ferrado, — contava nos dedos e a voz alterada tanto pelo álcool quanto pela disputa do som alto que declarava a taverna — Nam, uma supernova, uma mudança de ângulo no planeta, incidência de radiação da galáxia... Tudo ferra a terra, mesmo! E já era nós!
— E o que você está querendo me dizer com isso?
Parou por um instante, esperando os divertidamente encontrar uma resposta coerente — Sei lá, só tô falando — riram alto. Levemente embriagados. A concordância unânime de que um era para o outro a melhor companhia.
— Achei que era algo filosófico, sobre aproveitar a vida enquanto ainda estamos aqui e é só sobre "olha o que eu sei, Namjoon". Garoto exibido!
— Não sou! — A risada interrompeu o percurso de mais um gole que se despedia da caneca.
— É sim — apontou para o mais novo, como se não estivesse no banco de sempre daquele balcão mensal.
Simulação de olhares ameaçadores em atuações questionáveis. — Sou mesmo — Mais risadas aleatórias por uma piada sem sentido.
— Acho que está na hora de irmos, já passa das duas e a gente já bebeu mais que um Opala 68. — Levantou, imprimindo um equilíbrio forçado — Procurando a carteira no bolso em busca de um cartão. — Trabalha amanhã?
— Hoje já é amanhã até desescurecer...
— Mas que porra você tá falando?
Sequência de lágrimas inundando os rostos em mares de humor.
Eram importantes um para o outro, uma relação fraternal que ultrapassa qualquer laço genético, mesmo se os possuíssem. A prática da etimologia latina da grafia amigo, derivado do próprio verbo amar, entrelaçados na mutualidade da afeição e lealdade.
Por diversas vezes, dividiram e negligenciaram amores e dores que tinham apenas um ao outro como silenciosa testemunha ocular. Escudo de bala. Toda dor era diminuída, assim como toda glória era enaltecida, com a intensidade da presença genuína, verdadeira e linear que os conectavam.
Namjoon, costumeiramente, pagou a conta. Seus caminhos trilhavam a superfície equipotencial, a Taverna do Centro era um ponto de encontro mensal, era um compromisso selado sem palavras, um contrato cumprido independente de qualquer caminho que a vida estivesse, uma noite por mês eles encheriam a cara por ali e ambos davam importância. A analogia da física praticando energia e estabilidade como um equilíbrio eletrostático.
— Memento mori, memento viveri, Jungkook. — Declarou na saída da taverna como se tivesse uma plateia além de Jeon e o vento frio. A bebida o deixava mais solto.
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Diamond Mind
FanfictionA paixão pela ciência levou Jeon Jungkook a criar diamantes perfeitos, mas a descoberta o tornou vilão da própria história. Sequestrado e com a mente à venda, ele se alia aos criminosos controladores da Isis, a IA mais avançada do planeta. Nesse cen...