A paixão pela ciência levou Jeon Jungkook a criar diamantes perfeitos, mas a descoberta o tornou vilão da própria história. Sequestrado e com a mente à venda, ele se alia aos criminosos controladores da Isis, a IA mais avançada do planeta. Nesse cen...
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MentalDiary - Jeon Jungkook
Lee trouxe um cilindro emissor de O₂ e um purificador de ar.
Uma semana nesse inferno, meus sentidos parecem aguçados e até o oxigênio é sufocante.
Não exalo mais medo ou desespero. Após sete dias, a descrença gruda na minha pele como uma camada extra de derme. Aqui não sou um homem de lógica e fórmulas, sou refém da incerteza.
A figura enigmática de Yuki me encarando foi um paradoxo ambulante nesse período, mas ele não é uma farsa. Por que essa conclusão me fez sorrir? Não sei exatamente, talvez por ser o polo positivo da minha tragédia particular. Sua íris clareia segredos profundos. Seu olhar me envolve ignorando os brilhos de diamantes e decifrando a minha alma.
Entre as refeições questionáveis e as conversas sussurradas, descobri que ele também estava aprisionado de alguma forma. Talvez não por correntes físicas, mas por demônios invisíveis que o atormentam. Ele não é um carcereiro; é meu companheiro de infortúnio.
Nossas conversas soam como alívio da chegada após trilhas tortuosas em estrada desconhecida. Às vezes, ele fala sobre o mundo lá fora, sobre o vento nos cabelos e o sol no rosto. Eu fecho os olhos e imagino essas sensações, como se pudesse tocá-las com a ponta dos dedos. Em outros momentos, apresento teorias científicas, e Lee revela uma mente afável e curiosa.
A Síndrome de Estocolmo não se aplica a nós. Não há abuso da parte dele, apenas uma estranha conexão forjada na adversidade.
E pensando em conexões, Namjoon deve estar à beira da loucura com a minha ausência repentina. Se fosse o contrário, eu estaria angustiado também. A essa altura, eu não acredito mais que Chang pague pelo resgate, e é isso que deixa uma incógnita sem soluções na minha cabeça.
O tempo se estica como um elástico prestes a romper. Eu me pergunto quando esse purgatório acabará, quando verei novamente o céu azul, ou terei a grama sob meus pés descalços.
Depois do silêncio de horas intermináveis, eu prometi a mim mesmo que, se sobrevivesse desse pesadelo, seria mais presente para minha mãe. Ela merecia mais do que as curtidas nas mensagens de bom dia e breves retornos de ligações perdidas.
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— Lee, tá tentando me matar? — A expressão de dúvida não precisou de uma mensagem verbal para que Jeon continuasse com a explicação — Não precisamos de mais oxigênio aqui.
— Achei que o monóxido de carbono matasse, não o oxigênio que nos mantém... vivo? — A fala foi quase como uma atuação cínica e debochada, extraindo um sorriso do físico, mas por pura confiança fechou o cilindro, impedindo a passagem do gás ametal para a tabela periódica e nobre para o ser humano. — Vai me explicar ou terei que apelar?