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estamos vestidos. e vamos buscar francisca á casa da maria.
e ficamos a tarde toda com ela. o joão vai-se embora, porque têm jogo hoje. o estádio fica mesmo perto da nossa casa. então visto uma camisola do psg com umas calças brancas de boca de sino e uns all star brancos. visto a francisca com o mesmo outfit e meto-a no carrinho.
e conduzi até ao estádio, entro com ela para o estádio, ficamos na bancada do meio, mas vê-se bastante bem. o joão está a titular. o treinador está a apostar tudo no joão. e têm sorte. ganhamos quatro zero, com duas assistências. estou orgulhosa.

espero com a francisca por ele lá fora. entretanto aparece gonçalo.
que se dirige a mim.

olá, mariana. - comprimentou-me com um beijo em cada bochecha. e observo joão a chegar e a cerrar os maxilares, afasto-me minimamente dele. e joão aproximou-se.

estás bem, amor? - ele mete uma mão nas minhas costas. eu aceno com a cabeça.

sim, estavamos só a. - gonçalo tenta dizer. mas joão vira o rosto para ele.

estava a falar com a minha namorada. - disse ele. aqui vamos nós novamente. graças a deus a francisca está segura no carro.

joão. vamos para casa, por favor. - agarro-lhe pelos braços. ele solta-se e entra no carro. não me despeço do gonçalo e entro no carro, para conduzir. joão está virado para a francisca a brincar com ela. olho para ele e concentrei-me na estrada.
quando estacionei, já passa do horário de dormir da francisca, então meto-a na cama, depois de lhe vestir o pijama. e rezo para que adormeça o mais rápido possível.
encosto a porta. e viro-me, assustada, com joão á minha frente.

o que estavam a fazer? - ele arqueou as sobrancelhas.

deixa a francisca dormir, joão. peço-te. - susurrei. ele agarra-me pelo braço e puxa-me para o quarto.

joão, larga-me. - consigo-me soltar. ele cerra os maxilares.

vou perguntar novamente. o que estavam a fazer? - ele apoia as mãos no armário. o meu coração nunca bateu tanto. suspiro fundo e fecho
os olhos, depois volto a abri-los.

estavamos nos a comprimentar, nada mais. - ele vai até mim e beija-me. não o beijo de volta. só sinto os lábios dele a tocarem nos meus. ele percebe. fodasse. o meu coração está a bater o triplo. ele vira-se e atira a mesa de cabeceira ao chão. a única pessoa que me vêm á cabeça é a francisca. estou a pedir a deus para estar a dormir. gaguejo enquanto tento suspirar.

não te quero ver mais com ele. percebes? - ele aumenta o tom da voz. mas aprendi com a minha mãe.
que nunca se mostra fraqueza, muito menos a homens. suspiro fundo.

joão. - digo mais alto. ele cerra os maxilares. estamos numa relação. sabes o que se faz numa relação normal? - digo no mesmo tom. confia-se um no outro. - estou próxima dele, sinto a raiva que têm a tornar-se em algo mais calmo.
estamos a fazer tudo menos isso. - finalizo a frase, abro a porta e ele aperta-me o braço, agarrando-o. viro o rosto para ele. estás a magoar-me. - não consigo não libertar uma lágrima. sou puxada novamente para o quarto.

o que é que ele têm? - ele diz mais alto. eu abano a cabeça. e sorri.

és doente, joão. doente. - grito.

de que me chamaste? - a consciência subiu-me á cabeça. e percebo que acabo de fazer merda.
engoli em seco. achas que sou doente? não, mariana. eu avisei. - ele têm razão, mas está a ultrapassar os limites.

steal my girl - joão neves.Onde histórias criam vida. Descubra agora