O relógio marcava exatamente nove horas da manhã quando Billie Eilish atravessou as portas da sala de reuniões com uma frieza cortante, que ressoava no ambiente. O eco de seus saltos no piso de mármore impunha respeito; cada passo seu era uma declaração silenciosa de poder. Ela não precisava levantar a voz, não precisava gesticular—sua simples presença bastava. Ao sentar-se à mesa de vidro, cruzou as pernas e deixou as mãos repousarem sobre o colo. Seu olhar, glacial, percorreu a sala enquanto os minutos se arrastavam.
A reunião de hoje tinha algo diferente. Não era sobre lucros ou fusões. Era sobre uma aposta. Uma aposta perigosa, mas que, para Billie, parecia mais um teste—um jogo de xadrez no qual ela era a rainha, e a estilista desconhecida que estava prestes a chegar era apenas uma peça a ser movida. Billie não perdia. E hoje não seria diferente.
Então, a porta se abriu. Sem pedir licença, Charli entrou. Billie não precisou levantar o olhar para perceber que essa mulher não tinha a mínima intenção de se curvar. E isso irritou e intrigou Billie ao mesmo tempo.
Charli caminhou até a mesa, seus passos lentos e provocadores. Diferente de qualquer pessoa que Billie já havia conhecido, ela parecia completamente à vontade no espaço que não era dela. Seus olhos brilhavam com uma malícia suave, como se carregassem segredos que ninguém mais sabia. Um sorriso irônico curvou seus lábios quando finalmente parou diante de Billie.
— Senhorita Eilish — disse Charli, com a voz baixa e arrastada, como se degustasse cada palavra que saía de sua boca —, é um prazer finalmente conhecê-la.
Billie ergueu o olhar, fixando seus olhos frios diretamente nos de Charli. Ela não respondeu de imediato, deixando o silêncio pesar no ar como uma lâmina prestes a cortar. Seu rosto permanecia impassível, sem traço algum de emoção. Charli, porém, não se intimidou. Pelo contrário, seu sorriso apenas se ampliou.
— Vamos direto ao ponto — Billie quebrou o silêncio, sua voz cortante como gelo. — Mostre-me o que você trouxe.
Charli manteve o sorriso, mas algo em seus olhos cintilou, como se soubesse que essa interação era um jogo muito mais profundo. Ela abriu a pasta de couro que trazia consigo e começou a espalhar os croquis pela mesa. Não havia pressa em seus movimentos, apenas a confiança de alguém que sabia exatamente o impacto que causaria.
Os desenhos eram ousados, audaciosos. Misturavam elegância e provocação de maneira que poucos teriam a coragem de apresentar diante de alguém como Billie. Cada linha, cada traço parecia desafiá-la, quase como se fossem uma extensão da própria Charli, brincando com o limite entre o sublime e o imprudente.
Billie observava em silêncio. Seus dedos deslizaram por um dos croquis, sentindo a textura do papel, mas seu olhar não saía dos desenhos. Finalmente, ergueu os olhos para Charli, sua expressão inalterada.
— E você acha que isso é suficiente? — A voz de Billie soava calma, mas carregada de veneno sutil. Era um desafio.
Charli inclinou-se levemente para frente, seu rosto agora mais próximo de Billie. O sorriso dela nunca desapareceu, mas agora havia algo a mais—uma malícia tangível que se infiltrava no ar entre elas.
— Eu não acho, senhorita Eilish — respondeu Charli, sua voz um sussurro carregado de promessa. — Eu sei.
Billie não desviou o olhar, mas algo em seu interior pareceu se agitar. Era raro encontrar alguém que ousasse confrontá-la com tamanha audácia. Mais raro ainda era alguém que o fizesse sem tremer. Charli parecia saber exatamente o que estava fazendo, e isso irritava Billie de uma forma que poucas coisas conseguiam.
— Você tem uma boca grande para alguém que ainda não provou nada — Billie retrucou, o tom gelado, desafiador.
Charli deu um passo em volta da mesa, aproximando-se ainda mais de Billie, mas sem cruzar a linha invisível que separava o respeito do atrevimento. Seus dedos tocaram suavemente um dos croquis, como se estivessem traçando algo mais além do papel.
— Eu sou boa com minhas mãos também — ela provocou, com um sorriso que insinuava muito mais do que palavras poderiam transmitir.
Billie sentiu o sangue correr mais rápido em suas veias, mas sua expressão permaneceu intacta. Ela jamais daria a Charli o gosto de ver qualquer fraqueza.
— Veremos. — A CEO fechou a pasta abruptamente, os olhos fixos nos de Charli, que não recuou. — Eu não sou facilmente impressionável, e não tenho tempo para amadores.
— Não estou aqui para impressioná-la, Billie — Charli rebateu, usando o primeiro nome dela de forma deliberada, um golpe sutil de intimidade que Billie não havia concedido. — Estou aqui para mudar o jogo.
Por um breve segundo, houve um silêncio palpável, um embate silencioso entre duas forças que sabiam muito bem o que queriam. Charli estava jogando, provocando, testando os limites. E Billie? Billie estava à beira de aceitar o desafio.
Com um gesto calculado, Billie se levantou, suas mãos tocando a mesa enquanto ela se inclinava ligeiramente para frente, encarando Charli de perto, tão próxima que podia sentir a eletricidade entre elas.
— Não subestime o que está arriscando aqui, Charli. — A voz de Billie era baixa, perigosa, carregada de uma ameaça velada. — Se falhar, eu vou garantir que nunca mais consiga sequer desenhar um esboço.
Charli sorriu, um sorriso cheio de provocações silenciosas.
— Ah, eu gosto de um bom risco — ela respondeu, quase como um sussurro —, especialmente quando vale a pena.
O olhar de Billie endureceu, mas havia algo ali, um brilho de curiosidade. Uma parte dela odiava a insolência de Charli, mas outra parte, a mais oculta e reprimida, admirava essa ousadia.
— Muito bem. — Billie deu um passo para trás, retomando sua postura fria e autoritária. — Eu espero perfeição. Nada menos.Charli se afastou lentamente, como se estivesse deixando um rastro de provocação no ar. Ela já tinha o que queria: a atenção de Billie. Agora, só restava ver até onde as duas estavam dispostas a ir nesse jogo perigoso. E, pelo sorriso malicioso nos lábios de Charli, estava claro que ela pretendia testar todos os limites possíveis.
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Guess
FanfictionBillie Eilish, uma CEO poderosa e enigmática, é conhecida por sua frieza e controle absoluto em um mundo de negócios onde o poder é a moeda principal. No entanto, sua vida organizada começa a desmoronar quando Charli, uma estilista ousada e talentos...