Capítulo 42 - Sabrina

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   As pessoas passam como um borrão à minha volta enquanto ando na direção do estacionamento pisando duro, desbloqueando meu celular para pedir um táxi.

       Estou discando o número do motorista quando a notificação de uma nova mensagem chama minha atenção. É o número desconhecido, ele me enviou o anexo de uma foto minha tirada agora, perto o suficiente para fazer qualquer coisa comigo, considerando que estou sozinha no estacionamento.

        Olho ao meu redor, procurando quem poderia ter tirado a foto, mas está completamente vazio, estou sozinha aqui.

        Uma mão toca minha cintura e me assusto, deixando meu celular cair no chão.

    — Porra, Orion — digo, me abaixando para pegar meu celular, notando minhas mãos trêmulas. Aperto o aparelho com força em meu punho, tentando conter o tremor e olho em volta do estacionamento novamente, minha respiração acelerando com o medo.

      — O que a deixou tão assustada, monstrinha? — Orion pergunta e me viro para ele, aproveitando para olhar sobre seus ombros a procura de alguma outra pessoa aqui fora.

         — Nada, Orion, me deixa em paz! — Fecho a mensagem antes que Orion possa ver e volto para o aplicativo do telefone, voltando a discar os números.

        — Chiara e eu nunca tivemos nada, Sabrina — ele declara repentinamente e olho para ele.

       — Então por que estava conversando com ela?

     — Não estava conversando com ela. Ela estava se jogando pra cima de mim e mandei que ela saísse. Quando não obedeceu, ameacei mandar uma mensagem para o seu pai — olho para ele, em dúvida se acredito ou não em sua história. — Agora, monstrinha, me dê a porra do seu celular e pare de ligar para qualquer motorista que você esteja ligando.

        — Não.

    Volto a andar na direção dos carros no estacionamento, discando o número do táxi e colocando o telefone no ouvido.

        Meu coração bate forte no meu peito e minha respiração está escassa enquanto continuo observando meus arredores, sem encontrar nada.

         — Boa noite — o motorista atende.

        — Boa noite, você poderia… — Meu celular de repente é arrancado de minhas mãos e ouço quando Orion desliga na cara do taxista. — Você ficou louco?

          Ele não me responde, pegando minha mão e praticamente me arrastando até seu carro.

       — Me solta, Orion — digo, puxando meu braço de seu aperto.

        — Não.

       — Você é inacreditável — digo bufando, ainda tentando soltar minha mão. — Já falei pra me soltar.

       — E eu já falei que não.

       — Volta pra Chiara, ela parece gostar bastante da sua companhia — solto entredentes, meu ódio pela garota escorrendo em cada palavra.

       — Você está com ciúmes? — Orion pergunta e para ao lado do seu carro, se virando para mim com um sorriso divertido no rosto.

     — Por que eu ficaria com ciúmes de uma prostituta? — Cruzo meus braços.

        — Você me parece com ciúmes, monstrinha.

       — Claro que não — bufo novamente e vou na direção da porta do passageiro de seu carro, esbarrando propositadamente em seu ombro quando passo por ele.

O Alvorecer - Anonymous: Livro 1 (Ato I)Onde histórias criam vida. Descubra agora