Shinobu andava pelo corredor calmamente. A imagem de Tomioka não saia de sua cabeça. É verdade que ele poderia não ter nenhuma intenção de fazer uma "besteira", mas ela não conseguia pensar em outra hipótese.
Suspirou. Se encostou na parede antes de chegar nas escadas. Com uma das mãos sobre o peito e um semblante abatido, ela lembrava mais uma vez, daquele dia...
"Se eu estivesse com você eu seria muito feliz"
Fechou os olhos e balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos, e reprimir esses sentimentos de alguma forma.
Por que era tão complicado?
Essa complexidade das relações humanas sempre trazia problema... ela detestava isso.
Não conseguia parar de pensar em Giyu, estava preocupada com ele. E mesmo tentando com todas as forças ele ainda tomava seus pensamentos, era o culpado por todas as dúvidas e sonhos estranhos que tinha, e ela nem sabia como aquilo tinha começado. E o pior, não podia o odiar por isso.
Enquanto ainda divagava... sentiu uma mão em seu ombro, abriu os olhos rapidamente e se virou para ver quem era, um pouco assustada.
- Ah é você Tsutako - suspirou em alívio.
- Me desculpa Shinobu-chan, não queria te assustar - a mulher disse, levantando as mãos em sinal de rendição.
A menor balançou a cabeça em negação
- Tudo bem. Eu estava distraída...
- Pensando em Giyu? - Indaga a maior, com um olhar travesso. Shinobu revira os olhos.
- Ele está no estado que está, lógico que seria nele. Não intérprete errado.
- Eu sei. Eu só não podia perder a oportunidade - sorriu levemente, mas logo voltou ao mesmo semblante aflito - Ele não fez menção alguma que ia acordar ?
- Não. Tokito até tentou acordar ele...mas nada adiantou.
- hm... - ela cruzou os braços, e suspirou - Eu devia imaginar...com a quantidade de comprimidos que ele tomou.
A menor assente, e cruza os braços também. Refletiam simultaneamente nas atitudes do rapaz. não só no que ele fez agora, mas também em como ele tem agido no decorrer dos dias. Tudo bem que ele sempre foi estranho e reservado, só que dessa vez estava diferente... parecia ainda mais calado, ainda mais recluso e afastado, até mesmo da sua irmã.
- Será que é depressão...? ele pode ter tentado... - Kocho começa a pensar alto de mais e percebendo isso cobre a boca com as mãos antes de terminar a frase.
Tsutako franze o cenho, mesmo a menor se interrompendo ela entendeu o que queria dizer. Aquilo foi como um gatilho. Lembrou na hora daquele passado triste em que, mesmo não tendo culpa, se sentia responsável por toda aqueles acontecimentos infelizes que tiveram.
- Você acha que pode ser...? - questionou com a voz trêmula- Quer dizer... eu também acho... só que... - Não consiguia fórmula a frase, estava tensa, ainda recordando do que já passou.
Kocho se sentiu mal ao vê-la assim, aproximou-se e a abraçou ternamente.
- Me desculpa... não queria dizer isso assim. Mas não podemos descartar essa possibilidade, você entende não é?
- Sim, sim... entendo... só que, eu não queria pensar que ele pudesse mesmo fazer isso - ela retribuiu o abraço, apertando a menor que sentiu um pouco de falta de ar.
- Eu sei... é difícil de acreditar que alguém que amamos faria algo assim.
A mais velha balançou a cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Caderno De Giyu
Fiksi PenggemarAviso: possíveis gatilhos Após fazer um trabalho de literatura. Giyu fica bastante inspirado e resolve escrever sobre acontecimentos da sua vida e seus sentimentos. " Cada vez que o presente faz menção ao passado ele resolve escrever" Me a...